Festa dos Tabuleiros tem impacto directo de milhões na economia local de Tomar

Estudo desenvolvido por Sérgio Nunes, professor do Politécnico de Tomar, mostra que a comunidade atribui muita importância à Festa dos Tabuleiros e está até disposta a contribuir para pagar o evento. Na última edição, em 2023, o impacto económico directo para Tomar foi estimado em 17,5 milhões de euros.
A Festa dos Tabuleiros, evento que se realiza de quatro em quatro anos em Tomar, teve um impacto económico directo para a cidade, na edição de 2023, de 17,5 milhões de euros. O valor foi obtido através de um estudo desenvolvido por Sérgio Nunes, professor do Instituto Politécnico de Tomar, designado “Avaliação da Eficiência Colectiva da Festa dos Tabuleiros 2023”. Os resultados do estudo foram apresentados recentemente, num evento que decorreu no Complexo Cultural da Levada, onde foi também apresentado um livro sobre a candidatura da Festa dos Tabuleiros a Património Cultural Imaterial.
O estudo revela que a comunidade atribui muita importância à Festa dos Tabuleiros e está até disposta a pagar o evento. “Em média, um tomarense está disponível a pagar 30,83€ para que a festa se mantenha a funcionar, e fora de Tomar 21,84€”, revelou Sérgio Nunes. Quando apurado o valor total, chegou-se a 1,122 milhões de euros, como a disponibilidade que a comunidade tem para pagar em função da importância que reconhece à festa. “As pessoas estão disponíveis a pagar um montante que corresponde mais ou menos ao valor que a câmara disponibilizou, o que mostra uma grande coerência entre a câmara e a comunidade”, sublinhou o autor do estudo.
Embora o impacto directo da festa na economia local tenha sido de 17,5 milhões de euros, se forem considerados os efeitos multiplicadores do aumento do volume de receitas, do acréscimo de consumo na economia local para a produção de bens e serviços, e do crescimento do rendimento familiar, a médio e a longo prazo, o impacto total na economia local pode atingir 29,7 milhões de euros, referiu o professor. “Por cada euro que a autarquia colocou no projecto, gerou no seu território de forma directa 13,5 euros”, acrescentou.
O estudo permitiu ainda perceber a percepção que a população local tem da festa durante o seu funcionamento. Como aspectos negativos, os inquiridos apontaram o congestionamento que a festa provoca na cidade, a perda de mobilidade local e a inflação. Já no que toca a questões de insegurança local e choques culturais, o estudo mostra que não têm relevância para a comunidade. A avaliação da eficiência colectiva da Festa dos Tabuleiros baseou-se nos critérios de consistência, coerência e eficácia. Ao todo foram ouvidas 1416 pessoas.
Antropólogo lança livro sobre candidatura a Património Cultural Imaterial
No mesmo evento onde foram apresentados os resultados do estudo desenvolvido por Sérgio Nunes, foi também lançado o novo livro “A Festa dos Tabuleiros e o Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial”, da autoria do antropólogo André Camponês. Ao longo de 270 páginas, o autor procura explicar e apresentar o trabalho que esteve na base da classificação, há dois anos, da Festa dos Tabuleiros como parte integrante do Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial.