Cultura | 24-06-2025 18:00

Casa natal de Palmira Bastos reabre em Aldeia Gavinha nos 150 anos da actriz

Casa natal de Palmira Bastos reabre em Aldeia Gavinha nos 150 anos da actriz
Casa onde nasceu Palmira Bastos reabre como Espaço Memória, 150 anos após o nascimento da actriz - foto O MIRANTE

A casa onde nasceu Palmira Bastos foi remodelada e reabriu como Espaço Memória no dia em que a actriz assinalava 150 anos. A cerimónia reuniu familiares, autarcas e admiradores da figura maior do teatro português.

No dia em que se assinalaram os 150 anos do nascimento da actriz Palmira Bastos, Aldeia Gavinha prestou-lhe homenagem com a reabertura do Espaço Memória Palmira Bastos, a casa onde nasceu. A 30 de Maio, a família da actriz, a população, autarcas locais e admiradores homenagearam uma das figuras mais marcantes do teatro português, numa iniciativa organizada pela União das Freguesias de Aldeia Galega da Merceana e Aldeia Gavinha.
Palmira Bastos foi uma mulher à frente do seu tempo, que nunca deixou de ter o coração nessa aldeia do concelho de Alenquer. O presidente da União de Freguesias, Luís Cipriano, afirmou mesmo que a actriz rompeu barreiras e tornou-se um ícone do teatro. “As mulheres e os homens desta freguesia são herdeiros dessa fibra e fazem valer as suas tradições. As gentes de Aldeia Gavinha têm orgulho em dizer que são da terra da senhora que dizia que as árvores morrem de pé”, enfatizou.
A ampliação do Espaço Memória foi o culminar de um longo processo que envolveu a digitalização de mais de três mil documentos da actriz, para montar a exposição. Emanuel Camilo, da Alenculta e Alenpalco, explicou que o edifício foi renovado por dentro e por fora, resultando numa reconstrução fiel à casa original, tal como era aquando do nascimento de Palmira Bastos. “O Espaço Memória tem três salas e está simples. Para o espaço de que dispomos na aldeia, foi o que conseguimos fazer”, reiterou.

Palmira Bastos vai ter uma biografia
A celebração dos 150 anos da actriz vai decorrer ao longo do ano. Neste momento, está a ser preparada uma biografia, em conjunto com a Alenculta, tendo já sido consultados acervos privados, o arquivo do Teatro Nacional e a própria família. As crianças que frequentam a escola de Aldeia Gavinha realizaram trabalhos alusivos à efeméride, que estiveram expostos na rede do estabelecimento escolar e foram apreciados pela população e pela família da actriz.
Para Luís Cipriano, a expectativa é que o renovado Espaço Memória Palmira Bastos, que já era visitado por grupos, venha agora a receber ainda mais visitantes. O actor João Ávila partilhou algumas histórias, uma vez que foi apadrinhado no Teatro Nacional pela própria Palmira Bastos. A maioria dos actores da sua geração que conheceram a actriz já faleceu. Pouco expansiva, reservada, sempre bem vestida e com porte de rainha, foram alguns dos apontamentos deixados pelo actor acerca da diva do teatro, que fazia questão de usar sempre espartilho por baixo dos vestidos.

Neta comovida com homenagem à avó
Ana Maria Bastos, a quinta neta (a mais nova) da actriz, falou sobre a avó, que acompanhou durante 27 anos. Entre as vivências familiares, disse ter-lhe um grande respeito e afirmou que a actriz separava o teatro da família. Só lhe conheceu três amigas mais chegadas – Elvira Capucho, Amélia Rey Colaço e Maria Silva Pinto. “A minha avó não era um bicho-do-mato, mas gostava do seu cantinho, da família e da tranquilidade”, recordou.
Palmira Bastos dava sempre os seus autógrafos com caneta verde, e as suas roupas tinham de ter sempre apontamentos da sua cor predilecta. Outra curiosidade da actriz era fazer questão de ter em cima da mesa uma fruteira com limões – um detalhe que quem visitar o espaço facilmente notará, pois todos os pormenores sobre a actriz foram cuidadosamente considerados.
A primeira visita guiada ao espaço-museu, agora remodelado, contou com a presença da família, num momento de grande comoção para a neta da artista. A O MIRANTE, disse que a avó não gostava de homenagens, mas, se fosse viva, teria gostado desta, por ser simples e feita com amor, na sua terra natal.
No final da visita, foi ainda descerrada a placa do auditório do Espaço Memória Palmira Bastos, que passou a ter o nome de António Rodrigues Guapo, impulsionador do Grupo Cénico Palmira Bastos. Com 92 anos, o professor acompanhou a homenagem de perto e recebeu com surpresa o anúncio da atribuição do seu nome ao auditório.

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