Cultura | 04-07-2025 15:00

Romaria a Nossa Senhora de Alcamé reuniu fiéis com igreja renovada

Romaria a Nossa Senhora de Alcamé reuniu fiéis com igreja renovada
Peregrinação reuniu fiéis devotos a Nossa Senhora de Alcamé  - foto O MIRANTE

Tradicional Romaria a Nossa Senhora de Alcamé reuniu fiéis que caminharam desde Vila Franca de Xira até à ermida que tem agora aspecto renovado.

A tradicional Romaria a Nossa Senhora de Alcamé realizou-se, uma vez mais, na Lezíria ribatejana e reuniu fiéis, campinos e peregrinos que caminharam desde Vila Franca de Xira até à ermida dedicada à padroeira dos campinos. Com o seu aspecto renovado, acolheu a habitual eucaristia, bem como a simbólica bênção dos campos e do gado, num ritual profundamente enraizado na cultura ribatejana. As celebrações começaram com a partida dos peregrinos desde a Igreja de São Vicente Mártir, no centro de Vila Franca de Xira. Durante cerca de duas horas, dezenas de pessoas percorreram a pé os 10 quilómetros que separam a cidade da Ermida de Nossa Senhora de Alcamé. “Há muito que ouvíamos falar da tradição e aproveitámos para fazer a caminhada”, afirmaram Ana Fernandes e Sónia Freitas, de Vialonga, enquanto aguardavam por boleia no fim da peregrinação.
Pouco depois das 10h30 iniciou-se a eucaristia campal, que contou com uma significativa afluência de fiéis e com a presença simbólica e marcante dos campinos, trajados a rigor. A missa foi seguida de uma procissão em redor da ermida, que voltou a unir os participantes num ambiente de comunhão, espiritualidade e devoção. No final da cerimónia, os campinos montaram novamente os cavalos e abandonaram o terreno para recolher o gado nas lezírias, deixando no ar o tradicional grito de “viva a Nossa Senhora de Alcamé”.
O almoço foi partilhado entre todos os presentes, em espírito de convívio e fraternidade, e durante a tarde houve música, alegria e cor com várias actividades culturais. Entre elas, destacaram-se as actuações do rancho folclórico, as demonstrações tauromáquicas por parte dos jovens alunos da Escola de Toureio José Falcão e os momentos musicais com fados tradicionais ribatejanos, que trouxeram à festa uma nota de emoção e identidade.

A lenda de Nossa Senhora de Alcamé
Isabel Silva é natural de Salvaterra de Magos e reside actualmente no Montijo. Pela primeira vez decidiu fazer a peregrinação até à Senhora de Alcamé, movida pela saudade dos tempos de juventude e pela memória dos dias passados nos campos. A lenda de Nossa Senhora de Alcamé está na origem das comemorações e no significado que é atribuído à padroeira dos campinos, símbolo de protecção e refúgio em momentos de aflição. Mas Isabel Silva partilha uma versão diferente da história, distinta da lenda tradicional em que um campino, surpreendido por uma súbita cheia nas margens do Tejo, foi salvo por intercessão da santa após lhe rezar por socorro. “O que se contava na época era que o rei D. João V estava a caçar por estes campos e o seu cão foi atacado por uma cobra. Nesse momento, o monarca rezou à Nossa Senhora de Alcamé por ajuda e a cobra fugiu”, relembra, frisando que a própria pintura no interior da igreja tem uma cobra representada, simbolizando esta variante lendária.

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