Cultura | 27-07-2025 21:00

Apropriação de apelido Chibanga por jovem toureiro da Moita gera indignação

Apropriação de apelido Chibanga por jovem toureiro da Moita gera indignação
Ricardo Chibanga fotografado por O MIRANTE em 2018, no dia do seu aniversário - foto arquivo O MIRANTE

Filha do afamado toureiro, que viveu boa parte da sua vida na Golegã, já veio exigir respeito pelo nome do pai. Em causa está o uso, por parte de um jovem toureiro da Escola de Toureio e Tauromaquia da Moita, Eduardo Simon Bullugu, do apelido de Ricardo Chibanga, sem qualquer relação com este.

O nome de Ricardo Chibanga, personalidade lendária do toureio que viveu boa parte da sua vida na Golegã, até à sua morte em Abril de 2019, está a ser usado por um toureiro sem qualquer relação com ele. A situação está a gerar polémica no mundo taurino, com a família do toureiro a exigir respeito pela história e memória do moçambicano Ricardo Chibanga.
Em causa está um jovem toureiro da Escola de Toureio e Tauromaquia da Moita, também de origens africanas, Eduardo Simon Bullugu, que anda a ser chamado de Eduardo “Chibanga”, depois de alguém ter gritado esse nome durante uma lide que realizou. A alcunha pegou e desde então o nome, bem como algumas diferenciações como “Chibanguinha” tem aparecido nos cartéis e cartazes sem autorização da família Chibanga.
O toureiro frequenta a escola da Moita, liderada pelo matador Joaquim Ribeiro “Cuqui”, e estreou-se em praça em Setembro de 2024, na tradicional novilhada da feira da Moita. A situação caiu mal na família de Ricardo Chibanga, com a filha, Anete Chibanga, a sentir-se indignada por usarem o apelido do pai sem autorização. Um facto a que não será indiferente as grandes memórias que Chibanga deixou em praça, não apenas no Ribatejo como por todo o mundo. “O nome do meu pai pertence à nossa família e não foi dada qualquer autorização legal para que terceiros possam utilizar o seu nome ou algum parecido, como forma de se promoverem ou publicitarem, seja em que contexto for”, escreve Anete Chibanga.
A filha do toureiro vai mais longe e pede aos jornais, empresários taurinos e utilizadores das redes sociais que se abstenham de usar o nome Chibanga, Chibanguinha ou outro derivado de Chibanga em qualquer outro toureiro, independentemente das capacidades, competências ou fama que esse jovem toureiro possa ter. “O nome do meu pai é parte da sua história, da sua memória e da nossa família, pelo que deve ser respeitado como tal”, apela.
O MIRANTE contactou a Escola de Toureio e Tauromaquia da Moita sobre este assunto e tentou chegar à fala com o jovem toureiro mas ainda sem sucesso até à data de fecho desta edição.

Chibanga, uma lenda das arenas

Ricardo Chibanga foi um dos mais famosos toureiros portugueses e o único toureiro negro. Nasceu em Moçambique a 8 de Novembro de 1942 e veio para Portugal na década de 60 do século XX. Recebeu a alternativa de matador de toiros, na praça de Sevilha, Espanha, a 15 de Agosto de 1971, tendo sido apadrinhado por António Bienvenida. Apresentou-se em Portugal como matador de toiros a 19 de Agosto desse ano, no Campo Pequeno. Ao longo da sua carreira actuou em todas as grandes arenas do mundo. Vivia na Golegã onde tem uma estátua evocativa e uma rua com o seu nome. Após ter deixado de tourear tornou-se empresário na área da tauromaquia, explorando uma praça de touros desmontável. Faleceu a 16 de Abril de 2019 com 76 anos.

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