Cultura | 06-08-2025 15:00

Tauromaquia ganha associação para promover e preservar património cultural da festa brava

Tauromaquia ganha associação para promover e preservar património cultural da festa brava
Da esquerda para a direita: Hélder Milheiro, Fernando Paulo Ferreira e Pedro Afra Rosa, antigo forcado dos Amadores de Santarém, na Fábrica das Palavras em Vila Franca de Xira - FOTO CM VFX

A CULTA – Associação Portuguesa do Património Tauromáquico iniciou oficialmente a sua actividade com a assinatura de um contrato de depósito com a Câmara de Vila Franca de Xira, para guardar um espólio único no mundo avaliado em mais de 300 mil euros.

Preservar, estudar, valorizar e promover o património cultural tauromáquico português são alguns dos objectivos da CULTA – Associação Portuguesa do Património Tauromáquico, fundada este mês, por 73 mecenas que juntaram 300 mil euros para salvar um espólio taurino importante que corria o risco de ser levado para o estrangeiro. “Quando soubemos que este espólio ia ser vendido falámos com vários aficionados para tentar juntar o dinheiro necessário para o adquirir, numa lógica de mecenato. Decidimos que a forma mais eficaz de gerir o espólio seria com uma associação sem fins lucrativos”, explica a O MIRANTE o presidente da direcção da CULTA, Hélder Milheiro.
Apesar de o objectivo inicial ser salvaguardar aquele espólio, o dirigente diz que o futuro passa por estudar a cultura taurina e divulgá-la às novas gerações. “Acreditamos que o conhecimento é a melhor ferramenta para a compreensão da tauromaquia e a sua valorização. Não entramos em dimensões sectoriais. Vamos dedicar-nos à gestão patrimonial e cultural, e vamos fazê-lo estudando, conhecendo, divulgando e promovendo o conhecimento”, explica Hélder Milheiro.
O dirigente diz que VFX foi a escolha certa para depositar o espólio da associação. “VFX ofereceu extraordinárias condições para este projecto, com o acolhimento e tratamento do espólio. Têm uma das bibliotecas mais modernas do país e condições excelentes. Também houve logo desde o início, do presidente da câmara, muita disponibilidade para reconhecer a mais valia deste espólio e de como ele poderá ser útil”, refere o dirigente. O contrato de depósito prevê que VFX acolha o espólio e este fique ao cuidado do centro de documentação do museu municipal. Mas a gestão e a dinamização será feita pela CULTA em parceria com o município.
O dirigente comunga do sonho de ver um Museu da Tauromaquia em VFX e espera que este seja um primeiro passo. “Conseguimos com este espólio ter uma base documental única para um futuro Museu da Tauromaquia. É um dos nossos objectivos, integrar e ser parte desse futuro museu, que já peca por tardio. É preciso um museu moderno, com dotação orçamental e dignidade, que tenha escala e visão para representar uma das áreas culturais mais importantes e relevantes da cultura portuguesa. Quanto antes melhor, mas de uma forma bem feita”, defende Hélder Milheiro.

Aficionados consideram mais-valia
A criação da CULTA foi recebida com entusiasmo pelo presidente da Câmara de VFX, Fernando Paulo Ferreira (PS), que salienta o valor cultural e cívico do gesto dos 73 mecenas da associação, considerando-o um “verdadeiro acto público”, dizendo ser um orgulho acolher este espólio até ser criado o futuro museu. Também José António Inácio, presidente da Escola de Toureio José Falcão, de VFX, diz a O MIRANTE ser uma mais-valia a criação da associação. “Precisamos de homens e mulheres que se empenhem na defesa desta cultura, que tem uma tradição muito grande em Portugal e no Ribatejo”, defende.
O espólio pertenceu ao 14.º Conde de Vimioso, a que se juntou o espólio de Oliveira Martins. A colecção abrange um período que vai do século XVII ao século XXI (com o documento mais antigo datado de 1647), permitindo acompanhar quatro séculos da cultura tauromáquica e, com ela, da própria sociedade portuguesa. Inclui mais de 2.000 itens, entre livros, jornais, documentos originais, cartéis históricos e objectos de memória tauromáquica.

Quem são os dirigentes

A direcção da CULTA é composta na direcção por Hélder Milheiro (presidente), Pedro Afra Rosa (secretário), Jorge Vicente Carrão (tesoureiro), João Madalena e Lourenço da Costa Vinhas. A assembleia geral é presidida por António da Veiga Teixeira, contando também com Diogo Monteiro (secretário). Já o conselho fiscal é liderado por Paulo Nunes Tomé, contando ainda com João Maria Braga e Arlindo Freitas Teles. Entre os 73 mecenas encontram-se nomes como Ricardo Castelo, Casa Prudêncio, Associação Nacional de Grupos de Forcados, Diogo Passanha, Elísio Summavielle, Fundação Henrique Leote, Herdade do Emaús Sociedade Agrícola, João Folque de Mendonça, João Ribeiro Telles, Joaquim Grave, José Peseiro, Manuel Tavares Veiga, José Palha, Ricardo Levesinho, Raul Brito Paes, Sociedade Agrícola Cova das Donas e a Sociedade Moitense de Tauromaquia.

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