Cultura | 20-10-2025 18:00

O castelo que mantém viva a história e a identidade de Torres Novas

O castelo que mantém viva a história e a identidade de Torres Novas
Luís Dias - foto O MIRANTE

O Castelo de Torres Novas, visitado por mais de 30 mil pessoas por ano, continua a manter vivo o coração da cidade, não apenas como monumento histórico, mas como espaço cultural e afectivo para moradores e turistas.

São mais de 30 mil as pessoas que todos os anos visitam o Castelo de Torres Novas, um ex-líbris que mantém vivo o coração da cidade. O MIRANTE visitou um dos castelos mais emblemáticos da região a propósito do Dia Nacional dos Castelos, que se assinalou a 7 de Outubro e celebra o património fortificado português. Por todo o país, dezenas de castelos abrem gratuitamente as suas portas, convidando o público a redescobrir a história.
Fortaleza militar do século XII, o Castelo de Torres Novas foi conquistado em 1190 por D. Sancho I e constitui um símbolo da importância política de Torres Novas na época medieval. Constituído por uma muralha quase pentagonal, por onze torres e pela antiga casa do alcaide (ou alcadaria), ao longo dos séculos, o monumento serviu não só como estrutura militar, mas também como residência régia, prisão e até cemitério, acumulando histórias que ainda hoje se adivinham nas muralhas. Classificado como Monumento Nacional desde 1910, pertence actualmente à câmara municipal e é um dos poucos castelos do país sob gestão directa de um município. Segundo a vereadora da Cultura e Património Cultural, Elvira Sequeira, o castelo é um dos equipamentos culturais mais visitados do concelho, com cerca de 30 mil entradas anuais. “Este espaço é o epicentro da cidade. A partir daqui vê-se todo o concelho, de norte a sul. É um local histórico e um ponto de partida para outros equipamentos culturais e naturais da cidade e região”, destaca a autarca.
Ao longo dos anos, o município tem investido na preservação do castelo, com especial atenção ao jardim instalado no interior das muralhas, frequentemente elogiado por quem o visita. A próxima intervenção prevista incidirá nas acessibilidades, uma lacuna ainda por resolver e que continua a afastar visitantes mais idosos ou com mobilidade reduzida de usufruírem plenamente do monumento. “Queremos garantir que pessoas com mobilidade reduzida, idosos e até famílias com carrinhos de bebé possam visitar o castelo em segurança. Até mesmo pessoas que querem fazer actividades dentro do castelo já nos disseram que é difícil transportar equipamento até aqui, então é algo que tem de ser melhorado”, sublinha. Embora actualmente não acolha tantas actividades como no passado, especialmente após a pandemia de Covid-19, Elvira Sequeira afirma que o município deseja retomar e ampliar a programação, incluindo concertos ao ar livre, actividades culturais e até iniciativas educativas com escolas.

Um orgulho local admirado por visitantes
Entre os visitantes estavam José Augusto e Maria do Rosário, um casal de Aveiro que decidiu visitar Torres Novas e conhecer pela primeira vez o castelo. “O espaço está muito bem cuidado. Quem já viu muitos castelos vê semelhanças, mas este está bonito e bem preservado”, afirma José Augusto, acrescentando que manter monumentos vivos é essencial, pois senão perde-se parte da história do país. Também Eugénia e Luís Dias, de Arruda dos Vinhos, elogiaram o estado do monumento e o ambiente envolvente, dizendo que é um verdadeiro ex-líbris da cidade e vale a pena visitar. Uma das valências que destacam é a entrada gratuita, apesar de não se oporem a uma taxa simbólica no que toca a monumentos históricos. “Desde que não seja uma taxa exagerada, compreende-se pagar algo. O importante é garantir que continua acessível”, afirma Eugénia Dias.
Na recepção, Filomena Maurício, funcionária há três anos, confirma ainda o orgulho local pelo castelo, comentando entre risos que os torrejanos “entram aqui como se fosse casa deles, e no fundo é”. Para ela, a boa conservação têm atraído cada vez mais visitantes, acabando as pessoas por descobrir o resto da cidade através do monumento. Mais do que uma relíquia medieval, o Castelo de Torres Novas mantém-se como símbolo da identidade local, tanto para quem o visita como para quem o protege, pois, como resume Filomena Maurício, “se não nos apoiarmos no nosso passado, como é que vamos construir o futuro?”.

Maria do Rosário e José Augusto - foto O MIRANTE
Elvira Sequeira - foto O MIRANTE

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