Cultura | 22-10-2025 21:00

Ranchos folclóricos recriam mercado de 1900 em Tomar

Ranchos folclóricos recriam mercado de 1900 em Tomar
Durante a manhã e a tarde não faltou animação, com bailarico, cantadores e tocadores de instrumentos tradicionais - foto O MIRANTE

Evento pretendeu recriar um mercado do princípio do século XX em Tomar, no local onde decorria habitualmente nessa época. A iniciativa contou com a participação de ranchos folclóricos do concelho. O MIRANTE esteve presente e conversou com Hélio Santos, organizador da actividade.

Tomar recuou no tempo com a realização do Mercado de 1900. A iniciativa, que teve lugar na Praça da República, pretendeu recriar um mercado do princípio do século XX, no local onde decorria habitualmente nessa época. O evento foi organizado pelo Conselho Técnico Regional do Alto Ribatejo da Federação do Folclore Português e Ranchos Folclóricos do concelho de Tomar. Durante a manhã e tarde não faltou animação, com bailarico, cantadores e tocadores de instrumentos tradicionais. O MIRANTE esteve presente e conversou com Hélio Santos, organizador do Mercado de 1900.
Hélio Santos, 45 anos, é coordenador do Conselho Técnico Regional do Alto Ribatejo da Federação do Folclore Português e também colabora em três ranchos no concelho de Tomar. Explica que o Mercado de 1900 realiza-se em Tomar há cerca de 25 anos, com várias denominações e organizações diferentes ao longo dos anos. “O evento nasceu com o objectivo de recriar o mercado antigo, com os trajes e os produtos que eram vendidos à época, tudo o que é possível recriar, nós fazemos aqui”, refere, acrescentando que uma das particularidades do evento é a chegada dos vendedores, vindos de vários pontos da cidade, para confluírem na Praça da República. “Também era assim na altura, dá um ambiente diferente”, diz. Defende que o evento tem importância também ao nível da transmissão de conhecimento às novas gerações. “Os ranchos têm a participação de muitas crianças e é giro ver essa dinâmica de participarem numa recriação deste género”, sublinha. Na edição deste ano participaram seis ranchos folclóricos de Tomar.

Pandemia afectou ranchos folclóricos
Hélio Santos explica que o Conselho Técnico Regional do Alto Ribatejo da Federação do Folclore Português é um dos 22 conselhos técnicos espalhados pelo país. Tem sede em Tomar, numa sala cedida pelo município. Além do Mercado de 1900, organizam outros eventos em Tomar e na região, como festivais de folclore, encontros de instrumentos tradicionais e formações, sendo que o objectivo é realizar ainda mais eventos. “Mas isto é tudo pro bono e as pessoas têm cada vez menos tempo”, lamenta. Relativamente à dinâmica dos ranchos folclóricos da região, Hélio Santos assume que a pandemia foi complicada para alguns. “Não está fácil, o saber fazer, os próprios materiais, os tecidos. Cada vez é mais raro saber costurar, fazer um traje, o calçado está muito caro, os transportes também. Esperamos que o poder local esteja desperto para nos ajudar”, frisa.

Nuno Labau e a tia, Maria José Labau, homenageiam a bisavó com a peça “Touro Azul” - foto O MIRANTE

Paixão pelo folclore começou em criança

Élio Santos é natural de Tomar. Formou-se em Enfermagem, mas não exerceu, tendo depois tirado um curso de Engenharia Informática, área onde trabalha, mais especificamente na Unidade Local de Saúde do Médio Tejo. Esteve emigrado em França com os pais, tendo regressado a Portugal com 12 anos, idade com que também começou a participar em ranchos folclóricos. Também com 12 anos começou a tocar acordeão, tendo aprendido de ouvido. Diz que o bichinho pelos ranchos folclóricos ficou e desde 2008 que é conselheiro. Em 2011 foi convidado para ser coordenador do Conselho Técnico Regional do Alto Ribatejo. Actualmente pertence a três grupos em Tomar: Minjoelho, Pedreira e Peralva. Além de acordeão, ainda toca harmónio e está a aprender bandolim.

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