Festival de Órgão de Santarém regressa com estreia mundial e aposta na descentralização
 Sob o lema “Uma história de liberdade”, o festival articula dois eixos: um mais tradicional, ligado à história e ao património, e outro mais vanguardista, que aposta na inovação e na experimentação artística.
O Festival de Órgão de Santarém (FÓS) regressa entre 14 e 30 de Novembro com uma estreia mundial do compositor Fernando Lapa, novos cruzamentos artísticos e uma forte aposta na descentralização, anunciou o director artístico, Rui Paulo Teixeira. Na apresentação da 7.ª edição do festival, Rui Paulo Teixeira destacou que o FÓS tem vindo a afirmar uma identidade própria, diferente de outros festivais de órgão, assente na criação de formatos únicos de concertos e na valorização dos órgãos históricos do concelho.
“Este ano, voltamos a ter uma estreia mundial, com uma peça de Fernando Lapa no concerto de abertura, completamente diferente da que apresentámos no ano passado”, afirmou o responsável, sublinhando que a programação mantém a "diversidade e a inovação" das edições anteriores. Sob o lema “Uma história de liberdade”, que estrutura toda a programação, o festival articula dois eixos: um mais tradicional, ligado à história e ao património, e outro mais vanguardista, que aposta na inovação e na experimentação artística.
O arranque do festival começa com o ciclo “Órgão e Companhia”, entre 14 e 17 de Novembro, que leva quatro recitais a Alcanede, Pernes, Tremês e Vale de Santarém. Cada concerto junta o órgão a instrumentos pouco habituais neste contexto, como o saxofone, saltério japonês, acordeão e viola da gamba, e apresenta um repertório que inclui desde música barroca a peças de Carlos Paredes, num “registo eclético”. O ciclo “À Volta do FÓS”, que leva concertos a vilas do concelho, será reforçado este ano com actuações em Tremês, Alcanede, Pernes e Vale de Santarém. “A qualidade da programação descentralizada tem de ser equivalente à da cidade. Só assim conseguimos afirmar a consistência do projecto e motivar o público a deslocar-se”, defendeu Rui Teixeira.
Questionado sobre o balanço da edição anterior, Rui Teixeira destacou o crescimento sustentado do festival, que atraiu cerca de três mil visitantes em 2024. “Não queremos um crescimento explosivo que depois não se sustente. O nosso objectivo é consolidar o FÓS como um evento identitário da cidade e de referência no panorama nacional”, afirmou. O director artístico revelou ainda que o festival começa a ser referenciado por outros eventos em Portugal, que se inspiram na sua programação.
Para o presidente da Câmara de Santarém, João Leite, o FÓS é “uma referência internacional” e um exemplo do impacto que a cultura pode ter na valorização do concelho. “É bom que Santarém saiba disto. Nós fazemos e promovemos em conjunto um evento que tem uma dimensão à escala internacional, sobretudo na qualidade e no brilho com que ele acontece”, afirmou. O autarca sublinhou ainda a singularidade do festival no contexto europeu. “São poucas as cidades da Europa que têm a possibilidade e a capacidade de serem brindadas com um evento desta natureza”, concluiu.

 
 
 