Mais de 140 artistas desenharam Tomar no Encontro Ibérico de Urban Sketchers
Iniciativa uniu cerca de 140 sketchers de Portugal e Espanha para desenhar a mística cidade de Tomar. Os participantes desenharam diversos pontos da velha urbe, como a Praça da República ou o Convento de Cristo. O MIRANTE acompanhou o evento.
Tomar recebeu o 3º Encontro Ibérico de Urban Sketchers, que uniu cerca de 140 sketchers de Portugal e Espanha para desenhar a mística cidade de Tomar. Os participantes desenharam diversos pontos da cidade, como a Praça da República ou o Convento de Cristo. O MIRANTE esteve presente no encontro final, que decorreu na Várzea Grande, onde foram apresentadas as ilustrações. O
Sandra Lopes, presidente da presidente da Associação Urban Sketchers, explica que a decisão de realizar o evento em Tomar se deveu ao facto de ser uma cidade “muito desenhável e bonita”. O objectivo passou também por fugir dos grandes centros urbanos, depois da primeira edição ter decorrido em Lisboa. “Tomar pareceu-nos muito bem porque tem muitas temáticas, a mística templária, o rio Nabão, o casario antigo, o Convento de Cristo”, refere. Conta que estiveram em Tomar durante o fim-de-semana cerca de 140 artistas vindos de diversos pontos de Portugal e Espanha, um americano, um alemão e uma ucraniana, numa mistura de várias nacionalidades.
O Encontro Ibérico de Urban Sketchers desafia os artistas a desenharem diferentes pontos de vista e a celebrarem o património que existe nas localidades. Ao longo do primeiro fim-de-semana de Novembro decorreu sempre uma actividade de manhã e outra à tarde. As actividades começavam com um ponto de encontro inicial, depois os artistas dispersavam-se para desenharem livremente e no final voltavam a encontrar-se para partilharem a obra feita.
Sandra Lopes refere que o colectivo de artistas que esteve em Tomar foi muito heterogéneo, com pessoas de todas as idades, origens e profissões. “Depois é ver os resultados e conviver, que é também outra das missões da nossa associação”, sublinha. A Associação Urban Sketchers é uma colectividade sem fins lucrativos com aproximadamente 15 anos, que se dedica à prática do desenho. Está sediada em Lisboa.
“Há muita coisa para desenhar aqui”
O MIRANTE aproveitou também para falar com alguns artistas. Carmen Rojas, 65 anos, veio de Badajoz e afirmou que a experiência de participar na iniciativa foi maravilhosa. “Esta cidade é uma beleza, tem de tudo, a culinária é muito boa, os monumentos, as pessoas, tem rio, vistas, arte e história”, disse sorridente. A participante espanhola confessou que ao longo do fim-de-semana dedicou-se mais a falar com as pessoas do que a desenhar, referindo que podia ficar um mês na cidade a desenhar e mesmo assim não seria suficiente. Professora reformada de línguas e literatura, Carmen Rojas conta que começou a participar nos Urban Sketchers quando se reformou, durante a pandemia. O gosto de desenhar já vem desde criança, até porque o seu avô era pintor e fotógrafo. Hoje em dia, Carmen Rojas dedica o seu tempo livre a desenhar e a gerir o legado do seu avô.
Vindo de Portugal, mais precisamente do Barreiro, Henrique Vogado, 51 anos, é contabilista e está integrado na Associação Urban Sketchers desde 2009. Considerou que a experiência de participar no encontro em Tomar foi excelente. “Além de desenhar durante o dia, quando chegava a hora das refeições era um gozo, desenhávamo-nos uns aos outros, contávamos umas piadas. O mais interessante é sentir que as pessoas todas têm profissões diferentes, mas há uma coisa que une que é o desenho”, disse. O contabilista contou que desenhou muitas pessoas, o castelo, a moagem, ruas, refeições e o Parque do Mouchão. Recordou que já tinha estado em Tomar há 17 anos. “Vim de comboio, visitei a mata e o castelo, há muita coisa para desenhar aqui”, sublinhou.


