Cultura | 02-12-2025 12:00

Santuário de Fátima expõe objectos nunca exibidos da irmã Lúcia

Santuário de Fátima expõe objectos nunca exibidos da irmã Lúcia

Exposição, no piso inferior da Basílica da Santíssima Trindade, vai estar patente até 15 de Outubro de 2027, com entrada livre.

O Santuário de Fátima inaugurou no sábado, 29 de Novembro, uma exposição com objectos da irmã Lúcia nunca exibidos ao público e obras classificadas como Tesouro Nacional, para assinalar o centenário das aparições da Virgem à vidente, em Pontevedra, Espanha. Um hábito, cartas, um crucifixo, canetas e uma castanhola estão entre os objectos, assim como acessórios de lavores (dedal, agulha ou novelo), e um altar, alfaias litúrgicas e vestes eclesiásticas, todos feitos em miniatura pela vidente.
A mostra, intitulada “Refúgio e Caminho”, integra as pinturas “Ecce Homo”, do Museu Nacional de Arte Antiga (Lisboa), e “Última Ceia”, do Museu Nacional Frei Manuel do Cenáculo (Évora), ambas Tesouro Nacional. Na vertente das obras de arte, o santuário destaca a representação da aparição de Pontevedra por Matilde Olivera, as esculturas de Thomas McGlynn criadas a partir das descrições de Lúcia, a tapeçaria de Jenny de Beausacq, a Via-Sacra de Joaquim Correia e obras contemporâneas de artistas como Sílvia Patrício, Russell West, João Porfírio e Inês do Carmo.
Lúcia de Jesus (Fátima, 1907 - Coimbra, 2005), após a morte dos primos, os santos Francisco e Jacinta Marto, ingressou no Instituto das Irmãs de Santa Doroteia, em 1925, onde permaneceu até 1948. O seu percurso como religiosa Doroteia, em que assumiu o nome de Maria das Dores, foi maioritariamente vivido em Espanha, onde teve as duas aparições que completam o ciclo da mensagem de Fátima, com os pedidos da devoção dos cinco primeiros sábados (1925), em Pontevedra, e da Consagração da Rússia ao Imaculado Coração de Maria (1929), em Tui, Espanha. A vidente entrou no Carmelo de Santa Teresa, em Coimbra, em Março de 1948, onde permaneceu até à morte.
A exposição integra uma programação de quatro anos, dividida em dois ciclos, sendo que o primeiro, com esta mostra, assinala o centenário das aparições de Pontevedra, e o segundo o centenário das de Tui. Dividida por sete núcleos, inicia com o símbolo do “Coração de Maria, tal como a irmã Lúcia o define a partir das visões que teve”, e a expressão “Refúgio e Caminho”, tirada da documentação relativa aos acontecimentos de 1917, na Cova da Iria. No início do caminho da exposição, “guiado” pela irmã Lúcia e pela sua “experiência mística”, surge uma boia de salvação grande, cheia de rosas, e em forma de coração, ladeada por imagens da procissão das velas e da procissão do adeus. Numa das salas, estão as 14 estações da Via-Sacra que emolduram um coração cravado de espinhos, para sublinhar que, mesmo nas agruras da vida, não perde a forma de coração, num espaço com projecção de imagens em contexto de guerra, mas onde há sinais de esperança, refere a direcção do museu.

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