Cultura | 07-12-2025 15:00

Terapia do riso ganhou uma nova dimensão em Abrantes pela mão de Ana Isabel Soares

Terapia do riso ganhou uma nova dimensão em Abrantes pela mão de Ana Isabel Soares
Sessões gratuitas do Clube do Riso juntam pessoas de todas as idades para uma hora de descontração e energia positiva - foto O MIRANTE

O Clube do Riso de Abrantes nasceu de um sonho cultivado durante anos por Ana Isabel Soares, que decidiu devolver à sua cidade aquilo que sente ter recebido da vida: espaço para respirar, acolhimento e, sobretudo, a oportunidade de rir com o coração aberto.

No Centro Cívico de Alferrarede há um dia por mês onde se cultivam as gargalhadas, palmas ritmadas, respirações profundas e olhares cúmplices. Quem passa à porta pode estranhar, mas quem tem coragem de entrar sai sempre mais leve. É ali que funciona o Clube do Riso de Abrantes, coordenado por Ana Isabel Soares, abrantina de alma e coração, que encontrou no Yoga do Riso a ferramenta para unir bem-estar, comunidade e simplicidade.
Filha de comerciantes, Ana Isabel cresceu entre a cidade e o restaurante dos pais, em Abrantes, onde trabalhou desde os 14 anos. Diz que sempre aprendeu mais pela prática do que pelos livros e que a curiosidade de compreender as pessoas foi guiando os seus passos. A vida levou-a por outras áreas, dificuldades, estudos feitos ao ritmo possível e trabalho intenso, mas o desejo de se dedicar ao bem-estar e ao desenvolvimento humano nunca a abandonou. Quando encontrou o Yoga do Riso, percebeu que aquela prática tinha em si algo que encaixava com o que sempre procurou.
Percebeu que o riso tinha algo especial, era simples, acessível e transformador. Fez, então, várias formações com profissionais que descreve como importantes no seu percurso: “aprendi com a Kyra Abreu, com a Sabrina Tacconi, com o Sandro Lobo… Foram pessoas que me marcaram e que contribuíram para o que sou hoje”, disse. Refere igualmente e lembra com carinho o apoio da Associação Colourfuland, de Coimbra, onde encontrou orientação e companheirismo. Hoje a parceria estrutural do projecto é apenas com o Centro Cívico de Alferrarede, onde encontrou portas abertas e apoio desde o primeiro dia. Fala com especial apreço de Margarida, responsável que a acolheu sem hesitações.
As sessões no Clube do Riso de Abrantes são gratuitas e abertas a todas as idades. Há quem participe activamente, quem prefira apenas observar e quem venha à procura de companhia. “Mesmo que alguém fique sentado o tempo todo, já está a receber. Aqui todos têm lugar”, afirma a coordenadora, que insiste que o clube não tem exigências nem barreiras. O objectivo é oferecer uma hora de pausa e de encontro humano, num ambiente onde não há julgamentos e onde cada um é livre de rir ao seu ritmo.
Ana Isabel Soares explica que o Yoga do Riso não depende de humor ou de piadas; é um método criado em 1995 pelo médico indiano Madan Kataria, baseado na ideia de que o corpo não distingue riso verdadeiro de riso induzido. Aos poucos, a simulação transforma-se em riso genuíno, que mexe com o diafragma e estimula a libertação de endorfinas, explica. Sublinha que para ter efeito terapêutico “temos de rir pelo menos 10 a 15 minutos”. Os benefícios não são apenas físicos; são emocionais, sociais e até espirituais. Há participantes que chegam sozinhos e acabam por criar amizades, há quem venha por curiosidade, por necessidade e quem apareça apenas porque ouviu falar.
Ana Isabel pretende que o projecto cresça de forma natural e sustentável, está também a preparar o relançamento do clube online “Risokas”, para que quem não pode deslocar-se tenha acesso a sessões de diferentes durações, desde os 10 minutos até práticas completas, e quer também aumentar o número de encontros em Abrantes e, quando for possível, alargar para outras freguesias. Apesar de tudo o que já construiu, Ana Isabel guarda ainda um sonho: ter um espaço próprio na cidade onde possa integrar todas as áreas onde trabalha, que vão desde o riso à numerologia, passando por práticas energéticas, massagens e outras ferramentas de equilíbrio. “Gostava de poder dizer: esta é a casa do Clube do Riso de Abrantes”, termina.
Até que esse dia chegue, continuará a abrir as portas do Centro Cívico com a mesma disposição com que iniciou o projeto: vontade de ajudar, abertura ao outro e a certeza de que o riso pode transformar. “Venham sem medo, sem expectativas. Venham ver, sentir, respirar. Se fizer sentido, voltem. Se não fizer, levam na mesma um bocadinho de bem-estar para casa”. Sorri enquanto o diz: “eu estarei sempre aqui para acolher, com o coração cheio e o riso pronto a começar”.

Ana Isabel Soares - foto O MIRANTE

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