Cultura | 14-12-2025 07:00

Santuário de Fátima expõe objectos nunca exibidos da irmã Lúcia

Santuário de Fátima expõe objectos nunca exibidos da irmã Lúcia
Irmã Lúcia - foto DR

Exposição, no piso inferior da Basílica da Santíssima Trindade, vai estar patente até 15 de Outubro de 2027, com entrada livre.

O Santuário de Fátima inaugurou no sábado, 29 de Novembro, uma exposição com objectos da irmã Lúcia nunca exibidos ao público e obras classificadas como Tesouro Nacional, para assinalar o centenário das aparições da Virgem à vidente, em Pontevedra, Espanha. Um hábito, cartas, um crucifixo, canetas e uma castanhola estão entre os objectos, assim como acessórios de lavores (dedal, agulha ou novelo), e um altar, alfaias litúrgicas e vestes eclesiásticas, todos feitos em miniatura pela vidente.
A mostra, intitulada “Refúgio e Caminho”, integra as pinturas “Ecce Homo”, do Museu Nacional de Arte Antiga (Lisboa), e “Última Ceia”, do Museu Nacional Frei Manuel do Cenáculo (Évora), ambas Tesouro Nacional. Na vertente das obras de arte, o santuário destaca a representação da aparição de Pontevedra por Matilde Olivera, as esculturas de Thomas McGlynn criadas a partir das descrições de Lúcia, a tapeçaria de Jenny de Beausacq, a Via-Sacra de Joaquim Correia e obras contemporâneas de artistas como Sílvia Patrício, Russell West, João Porfírio e Inês do Carmo.
Lúcia de Jesus (Fátima, 1907 - Coimbra, 2005), após a morte dos primos, os santos Francisco e Jacinta Marto, ingressou no Instituto das Irmãs de Santa Doroteia, em 1925, onde permaneceu até 1948. O seu percurso como religiosa Doroteia, em que assumiu o nome de Maria das Dores, foi maioritariamente vivido em Espanha, onde teve as duas aparições que completam o ciclo da mensagem de Fátima, com os pedidos da devoção dos cinco primeiros sábados (1925), em Pontevedra, e da Consagração da Rússia ao Imaculado Coração de Maria (1929), em Tui, Espanha. A vidente entrou no Carmelo de Santa Teresa, em Coimbra, em Março de 1948, onde permaneceu até à morte.
A exposição integra uma programação de quatro anos, dividida em dois ciclos, sendo que o primeiro, com esta mostra, assinala o centenário das aparições de Pontevedra, e o segundo o centenário das de Tui. Dividida por sete núcleos, inicia com o símbolo do “Coração de Maria, tal como a irmã Lúcia o define a partir das visões que teve”, e a expressão “Refúgio e Caminho”, tirada da documentação relativa aos acontecimentos de 1917, na Cova da Iria. No início do caminho da exposição, “guiado” pela irmã Lúcia e pela sua “experiência mística”, surge uma bóia de salvação grande, cheia de rosas, e em forma de coração, ladeada por imagens da procissão das velas e da procissão do adeus. Numa das salas, estão as 14 estações da Via-Sacra que emolduram um coração cravado de espinhos, para sublinhar que, mesmo nas agruras da vida, não perde a forma de coração, num espaço com projecção de imagens em contexto de guerra, mas onde há sinais de esperança, refere a direcção do museu.

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