Cultura | 14-12-2025 07:00

Sede do Grupo Motard Família D’Estrada no Porto Alto continua em ponto morto

Sede do Grupo Motard Família D’Estrada no Porto Alto continua em ponto morto
José Simãozinho, presidente do GM Família D’Estrada, não desarma em conseguir um espaço para a sede da associação no Porto Alto - foto O MIRANTE

Um ano depois de iniciar fundações num terreno cedido pelo município no Porto Alto, o Grupo Motard Família D’Estrada continua sem espaço para reuniões, actividades e pequenos eventos para angariar fundos. A associação aguarda agora que a nova presidente da Câmara de Benavente marque uma reunião para fazer sair do papel o projecto.

O Grupo Motard Família D’Estrada, com perto de 50 sócios e quatro anos de existência, continua sem sede apesar das promessas de solução feitas ao longo do último mandato. O presidente da associação do Porto Alto, José Simãozinho, explica que, após mais de um ano de avanços e recuos, o projecto permanece em suspenso e sem local definido.
A associação tinha iniciado as bases numa pequena parcela de terreno municipal, na Rua Norton de Matos, junto aos antigos armazéns da junta de freguesia do Porto Alto e à estação elevatória Bordalo Pinheiro. O espaço, descrito pelos responsáveis como um triângulo de cerca de 10 metros por 10, era considerado “ouro” para a associação, que pretendia ali instalar uma pequena sede, destinada sobretudo a reuniões e actividades pontuais. Mas o processo, segundo conta, terá sido interrompido após queixa de um morador da zona e nunca mais avançou.
“Chegámos a fazer as fundações e tínhamos todo o material pronto”, recorda José Simãozinho, explicando que seria a própria associação a realizar a montagem das estruturas para erguer a sede. “Mas a obra ficou parada e não nos deixaram continuar”, lamenta. Depois desse episódio chegou a ser apontada pela autarquia uma segunda possibilidade: um pavilhão desactivado da antiga estação elevatória da Quinta dos Gatos, mas, segundo o dirigente, desde então também não houve novidades.
A associação aguarda agora que a nova presidente da Câmara de Benavente, Sónia Ferreira, possa dar andamento às pretensões do grupo através do agendamento de uma reunião. “Temos dado tempo à presidente para assumir funções, sabemos que está ainda há pouco tempo em funções, mas precisamos de um local. Principalmente para os sócios, para as reuniões e para fazer alguns eventos”, afirma.
José Simãozinho sublinha que o grupo não pretende transformar a futura sede num bar aberto ao público. “Seria um espaço fechado, onde no máximo, duas vezes por mês, convidaríamos a comunidade para eventos, como noites de fados ou pequenos concertos com um artista pimba”, explica.
O projecto apresentado à câmara, do qual existe um croqui desenhado pela associação, incluía sede, esplanada e um parque infantil, componente considerado essencial pelo grupo. O esquema prevê ainda um pequeno palco e áreas de apoio, tudo pensado para funcionar com autonomia financeira da associação.

Angariar fundos para apoiar outras entidades
A direcção garante que nunca pediu à autarquia mão-de-obra nem grandes investimentos. “Da câmara só precisaríamos de coisas básicas, como areia ou brita. Todo o restante trabalho seria suportado por nós e pelos nossos patrocinadores”, reforça José Simãozinho, lembrando que o grupo contou com 27 patrocinadores no último aniversário e que muitos ofereciam materiais ou equipamentos sem contrapartidas.
Sem sede, a associação vê limitada a sua acção. Um dos objectivos centrais do grupo, inscrito nos estatutos, é utilizar os fundos angariados para apoiar outras entidades e famílias do concelho. O dirigente dá o exemplo de um moto clube do distrito de Beja, que recentemente comprou uma ambulância para os bombeiros locais. “É esse tipo de impacto que gostaríamos de ter”, acrescenta.
Apesar das dificuldades, o grupo continua activo. O desfile de Pais Natal, marcado para este mês, reuniu cerca de 50 participantes. Cerca de metade dos sócios são oriundos de Benavente, Samora Correia ou Porto Alto, mas a outra metade corresponde a associados que vêm de fora do concelho, nomeadamente de Vendas Novas, Montemor-o-Novo, Coruche, Alverca, Rio de Mouro ou Setúbal. Fazem questão de integrar a Família D’Estrada. “É um grupo unido, quase familiar. As pessoas sentem-se bem connosco”, conclui.

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