Cultura | 21-12-2025 12:00

A satisfação de ajudar família sem casa e a visita inesperada na consoada

A satisfação de ajudar família sem casa e a visita inesperada na consoada
Pedro Ferreira - foto O MIRANTE

Pedro Ferreira, depois de 32 anos de funções autárquicas, 20 como vice-presidente e 12 como presidente da Câmara de Torres Novas, está a fazer uma transição para a esfera do cidadão comum de forma fácil.

Pedro Ferreira, depois de 32 anos de funções autárquicas, 20 como vice-presidente e 12 como presidente da Câmara de Torres Novas, está a fazer uma transição para a esfera do cidadão comum de forma fácil. Talvez porque ainda não se desligou completamente devido ao facto de ser presidente da assembleia municipal. Cargo que lhe dá espaço para começar a fazer algumas coisas que tem adiado por falta de tempo, como juntar uma série de escritos que tem e compilar episódios por que passou e histórias de vida num livro. Está agora oficialmente reformado depois de anos com a reforma suspensa porque houve um primeiro-ministro que decidiu acabar com a possibilidade de enquanto autarca optar por ganhar a pensão em vez do ordenado de presidente.
Este Natal não vai ser diferente dos outros, em família, com o tradicional bacalhau com couves, mas com menos correrias a tentar responder às iniciativas das 140 colectividades do concelho. Como presidente da assembleia também é convidado, mas o que agora muda é que já pode ir a apenas algumas festas natalícias, porque, salienta, “a pressão não é igual à de um presidente de câmara que diariamente tem de carregar num botão para as coisas acontecerem”. O facto de estar neste cargo permite-lhe fazer o distanciamento de uma vida de poder “sem choques profundos”, refere.
Enquanto autarca, há três episódios que o marcaram nas épocas de Natal por que passou enquanto autarca. Uma foi ter arranjado um tecto para uma família com filhos que não tinha onde ficar e tinha improvisado uma tenda com plásticos. “Foi uma situação que me deu um agrado especial”, confessa. Outra foi resolver o problema de elementos de etnia cigana na Zibreira com a entrega das chaves de 50 apartamentos daquele que foi o primeiro bairro social. Há ainda uma história mais pessoal, a de uma pessoa que lhe tocou à campainha de casa na consoada e que passou essa noite de Natal com ele e a família porque a pessoa não tinha ninguém.
A melhor prenda, diz, é ter saúde e gente à sua volta e um desenho oferecido pelos netos é um presente que tem um valor tão importante que é para guardar toda a vida. Aliás, não lhe falta gente à sua volta, sobretudo os cinco netos que dão alegria e animação à casa. “A minha casa transforma-se numa creche ou jardim de infância a partir das 8h30”, realça, destacando a ligação que tem aos cinco netos, sendo que a mais velha tem nove anos.
Pedro Ferreira diz que vai continuar a estar ligado às causas sociais através do CRIT - Centro de Reabilitação e Integração Torrejano, que ajudou a fundar e de que é presidente da assembleia geral. Confessa que já tem saudades do contacto com a máquina do poder autárquico e dos funcionários municipais.

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