Cultura | 22-06-2022 07:00

Dina Oliveira diz que pintar é como uma sessão de yoga

Dina Oliveira prefere pintar com a luz natural a incidir sobre a tela

Dina Oliveira é uma artista que utiliza os seus pensamentos e criatividade como ferramentas para pintar os quadros da sua vida. A pintura é a sua paixão, que partilha com o talento para fazer artesanato. O MIRANTE realizou uma visita guiada a uma exposição da artista, natural de Ourém, no Centro Cultural Elvino Pereira, em Mação.

Para Dina Oliveira pintar é um acto de libertação. Apaixonou-se pela arte quando ainda era criança. O seu primeiro desenho, que ainda guarda religiosamente, venceu um concurso escolar quando tinha apenas 10 anos. A paixão foi crescendo e, aos 48 anos, já tem no seu currículo várias dezenas de exposições em galerias espalhadas por todo o país. Tem centenas de quadros pintados, mas muitos deles estão guardados em casa, no Entroncamento. Para além da pintura, Dina Oliveira ocupa o seu tempo como costureira de marroquinaria, a fazer malas e sapatos de couro.
A exposição “Retratos de Momentos”, que O MIRANTE foi conhecer, já esteve em galerias em Ourém, sua terra natal, Entroncamento e, mais recentemente, no Centro Cultural Elvino Pereira, em Mação, onde esteve em exibição até 31 de Maio.
Dina Oliveira define-se como uma pintora impressionista, fascinada pelas cores da natureza e pelos pequenos pormenores arquitectónicos das paisagens urbanas. “Retratos de Momentos” mostra cerca de três dezenas de quadros com paisagens de vários cantos do país. Na região ribatejana a artista confessa ter ficado deliciada com os pormenores, visíveis e invisíveis, da Quinta da Cardiga, na Golegã, com a beleza natural do rio Sorraia, em Coruche, e com a envolvente da ponte João Joaquim Isidro dos Reis, mais conhecida como ponte da Chamusca.
Embora admita que tem um estilo muito próprio e independente, Dina Oliveira refere que o seu trabalho vai buscar algumas influências a outros pintores de renome. As paisagens naturais de Graça de Morais ou o jogo de cores de Nadir Afonso são exemplos de referências que servem de inspiração.

Um talento que tem de ser trabalhado
É com a luz natural a incidir sobre a tela que prefere pintar; confessa que o faz, por norma, ao fim de semana, durante a tarde. Quando se senta em frente à tela consegue desligar-se do mundo e os problemas quase deixam de existir, comparando a pintura a uma sessão de yoga. As pinceladas são sempre marcadas pelo compasso de música e a maioria dos quadros expostos na galeria foram pintados ao som de músicos como Noiserve, Linda Martini ou Sean Riley.
Diz que não vive a sonhar que os seus trabalhos vão para as grandes galerias. Também não gosta de ter quadros de pintores famosos nas paredes de sua casa, porque gosta de contemplar os seus, uma vez que lhe transmitem sempre novas sensações. Do seu ponto de vista, no interior do país há uma maior abertura para os artistas menos conhecidos poderem expor a sua arte. “Quando senti necessidade de expor o meu trabalho contactei algumas galerias em Lisboa e no Porto e nem sequer obtive uma resposta. Nos centros urbanos há muito elitismo e é difícil mostrar o nosso trabalho”, vinca a O MIRANTE.
Os primeiros quadros de Dina Oliveira foram imitações de outros artistas. O processo criativo é sempre o mesmo: começa por pintar o plano de fundo, pinta primeiro os objectos que estão mais longe, em perspectiva, até aos que estão mais próximos. Dina Oliveira, que tem como lema “viver um dia de cada vez”, admite que a pintura é um talento que nasce com a pessoa, mas que tem que ser trabalhado como um processo de aprendizagem.
Recorda o primeiro desenho que fez, intitulado “A árvore é vida”, com o qual ganhou um concurso escolar do Dia Internacional da Árvore. Retratava duas árvores de mão dada, que simbolizavam a vida. A artista explica que sempre teve aptidão para a pintura, mas só se desenvolveu artisticamente quando começou a ler livros técnicos e a praticar muito.

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