A colocação de black boxes – pequenas salas de espectáculos polivalentes adaptadas a várias artes cénicas e performativas – poderá vir a ser a solução para a falta de espaço com que vive o grupo de teatro amador Gruta Forte. A ideia foi defendida na última semana pelo presidente da Câmara de Vila Franca de Xira, Fernando Paulo Ferreira, depois de questionado por um morador da vila sobre o impasse na criação de uma sede em condições para o Gruta Forte.
O grupo ocupa há vários anos um espaço cedido pela câmara municipal, situado no rés-do-chão de um prédio de habitação que tem falta de espaço, não tem altura suficiente e onde de noite não se pode fazer barulho, o que dificulta os ensaios e a parte musical das peças. Os últimos executivos municipais têm vindo a prometer uma solução para a situação, que poderia ter passado pela compra de um espaço da igreja, mas o preço da venda, a rondar os 250 mil euros, travou a solução.
Fernando Paulo Ferreira não se compromete com uma solução concreta para o Gruta Forte embora admita que é dos grupos amadores do concelho que, sempre que é solicitado pela câmara para vários eventos, está presente. O autarca reconhece que o espaço actual é exíguo e não permite, por exemplo, que o grupo apresente nele as suas peças. “A nossa perspectiva é ir criando e instalando novos equipamentos tipo black box em diversos locais do concelho para que possam ser partilhados pelos diferentes agentes”, defendeu.
O autarca respondia a um morador do Forte da Casa que aproveitou a assembleia municipal para questionar o executivo sobre o ponto de situação da sede do Gruta Forte. “O grupo, não tendo instalações próprias em condições, está sempre a perder apoios face aos outros grupos e não tem ninguém nele que ganhe um tostão, pelo contrário. Peço-vos que os ajudem, são pessoas amadoras que gostam de fazer teatro, não acabemos com a cultura”, apelou Jorge Manuel Jorge, morador.
Contactado por O MIRANTE, o presidente do grupo, Pedro Cera, confirma que a falta de espaço é um problema e que a ambição do Gruta Forte de ter um espaço próprio em condições se mantém. “No próximo ano fazemos 20 anos e seria a melhor prenda de anos que poderíamos receber”, confessa. Pedro Cera não tem ainda uma opinião formada sobre o conceito Black Box mas garante que, apesar das condicionantes de espaço actuais, o grupo continuará a estar presente nas actividades públicas e a encenar as suas próprias peças, embora com dificuldades. “Espero que este executivo possa resolver o problema”, apela.
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