Cultura | 26-06-2022 21:00

Romaria à Nossa Senhora de Alcamé volta a reunir fiéis

A festa religiosa de Alcamé atrai cada vez mais jovens de Vila Franca de Xira. Foto – Ernesto Mateus

A festa de Nossa Senhora de Alcamé em Vila Franca de Xira já esteve décadas sem se realizar e nas últimas duas décadas só não se fez em 2020 e 2021 por causa da pandemia de Covid-19. Agora regressou com a participação de jovens que vão às Jornadas Mundiais da Juventude.

Ana Marafus e a filha, Catarina, fizeram pela primeira vez a romaria ao santuário de Nossa Senhora de Alcamé, situado na lezíria de Vila Franca de Xira, desde a Igreja Matriz de São Vicente, na cidade, num percurso de 10 quilómetros, no sábado, 18 de Junho. Ana Marafus foi movida pela fé que diz acompanhar o seu dia-a-dia. A iniciativa não se fazia há dois anos por causa da pandemia e juntou pessoas da comunidade, campinos e avieiros, com uma bênção dos campos e do gado.
Há quem faça a romaria há duas dezenas de anos, como Benvinda Ferreira, 64 anos, que também participa na organização, para quem fazer a caminhada é uma emoção tão forte que é difícil de explicar por palavras. “É algo que me conforta”, descreve, acrescentando que a romaria está a ter cada vez mais participantes. “São tantas as memórias, talvez logo quando começou ou quando ficámos lá de noite, são memórias muito boas”, concluiu.
A festa religiosa atrai cada vez mais jovens, conforme observa Ana Serra, 63 anos, que já fez umas 20 romarias anuais à Nossa Senhora de Alcamé, padroeira dos campinos, do gado e da Lezíria. Este ano alguns jovens que vão integrar as Jornadas Mundiais da Juventude, em 2023, deram mais colorido às cerimónias. “É a fé que nos move. Nossa senhora faz com que continuemos a peregrinar para junto dela. O significado desta tradição para mim é extremamente difícil de explicar, é algo que está dentro de nós. Os nossos antepassados iniciaram-na e queremos continuar a perpetuá-la”, explica.
Iniciada nos finais do século XIX por uma comissão de lavradores apoiados pela Companhia das Lezírias, a romaria teve décadas sem se realizar, sendo reactivada em 1944 por iniciativa de José Van Zeller Pereira Palha, que foi presidente da Câmara de Vila Franca de Xira e fundador das Festas do Colete Encarnado, integrando a iniciativa religiosa nos festejos. A romaria voltou a perder fulgor na década de 70 para regressar em 2002 pela iniciativa do Rancho de Varinos de Vila Franca de Xira.

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