Desporto | 23-11-2020 07:00

Polícia de Abrantes é um ás do pedal

Polícia de Abrantes é um ás do pedal
DESPORTO

Nuno Jorge Inácio sagrou-se recentemente campeão nacional de BTT e também de Estrada Master 40.

Depois de em 2018 ter estado afastado da competição durante cerca de oito meses devido a problemas de saúde, Nuno Jorge Inácio, 42 anos, regressou em grande ao ciclismo. Em Outubro deste ano venceu a competição nacional de XCM (Cross Country Marathon), no escalão de Masters, e também se sagrou campeão nacional de Estrada Master 40.

Natural de Aldeia do Mato, concelho de Abrantes, o agente da Polícia de Segurança Pública (PSP) sempre gostou de andar de bicicleta. Aos 13 anos começou a jogar basquetebol tendo sido campeão nacional várias vezes e atleta da selecção nacional. Nessa altura a bicicleta ficou de lado mas quando tinha tempo livre gostava de dar umas voltas. Aos 32 anos a situação inverteu-se. Começou a apostar na bicicleta e o basquetebol foi ficando para trás. “Comecei a participar em algumas provas por brincadeira e percebi que mesmo estando gordo nessa altura conseguia andar na frente da competição”, recorda a O MIRANTE.

Casado e com dois filhos, há nove anos venceu o circuito XCO Norte Alentejano tendo sido convidado para integrar uma equipa de Torres Novas. Foi aí que começou a planificar treinos e a fazer testes físicos. Em 2012 iniciou a competição nacional. Treina praticamente todos os dias na zona onde mora. Um dia por semana faz descanso total ou recuperação activa. Também são muitas as vezes que faz o percurso entre Abrantes e Lisboa, onde trabalha, aproveitando todos os momentos para treinar.

“A sensação de competir não se explica, sente-se”

Actualmente integra duas equipas: o Lusitano de Évora em estrada e o Trilho Perdido em BTT, pois em Abrantes não há clubes federados na modalidade. Em média faz entre 25 a 28 mil quilómetros anuais entre provas e treinos. A vitória no campeonato nacional de XCM, disputada a 10 de Outubro deste ano, foi especial para Nuno Inácio por várias razões: por ter voltado a vestir a camisola conquistada em 2014; por ter sido obrigado a abandonar a prova em 2019 por motivos mecânicos quando liderava; e também por problemas de saúde que o obrigaram a uma paragem de cerca de oito meses.

Com a pandemia de Covid-19 as regras das provas mudaram. Agora têm que fazer testes, utilizar máscaras, respeitar o distanciamento, as partidas dos atletas são separadas e não há público. A competição está-lhe no sangue e o seu objectivo é superar todos os obstáculos para continuar a pedalar. “A sensação de competir não se explica, sente-se. Não é possível descrever. Até posso acordar e ir para uma prova sem vontade nenhuma mas mal oiço o tiro de partida tudo muda”, explica.

Admite que este é um desporto caro mas os anos de experiência neste mundo permitem-lhe ter os apoios suficientes para competir sem necessidade de mexer no seu orçamento familiar. Nas competições as equipas suportam a totalidade das despesas. Nuno Inácio nunca pensou ser ciclista profissional mas faz muitos dos sacrifícios de quem vive só disso, sobretudo ao nível da alimentação. Não ingere fritos nem refrigerantes e come poucas carnes vermelhas. Opta por carnes brancas, verduras, peixe, proteínas magras e alguns hidratos de carbono mas de forma controlada.

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