Desporto | 21-07-2021 18:00

Quem dança hip hop seus males espanta

Quem dança hip hop seus males espanta
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São perto de sessenta os jovens que dançam hip hop no Centro Popular de Cultura e Desporto da Póvoa de Santa Iria

No Centro Popular de Cultura e Desporto da Póvoa de Santa Iria há um grupo de sessenta jovens que treina e compete numa dança que ainda está a percorrer o caminho da afirmação: o hip hop. O trabalho já começa a dar frutos e está garantido o apuramento para o campeonato europeu.

Paixão, persistência e gosto pela dança são os atributos fundamentais que movem seis dezenas de jovens praticantes de hip hop no Centro Popular de Cultura e Desporto (CPCD) da Póvoa de Santa Iria.

E movem-se tão bem que na primeira vez que concorreram à prova Hip Hop United, este ano, conseguiram o apuramento de três duplas de dançarinos para o campeonato europeu que se disputa em Outubro. E como uma dança nunca vem só também conseguiram um primeiro lugar no escalão de kids (crianças) e um terceiro lugar em cadetes. Chamam-se “Native Speakers” e, representando o CPCD e a Póvoa de Santa Iria, querem afirmar-se como um dos grandes grupos da modalidade no concelho.

À frente da equipa está João Cruz, mais conhecido pelo nome artístico KKappa. A maioria dos amigos nunca o trata pelo nome mas sempre pela alcunha. Tem 31 anos, nasceu no Forte da Casa e já foi várias vezes considerado um dos melhores bailarinos da modalidade. No recente Hip Hop International conseguiu o apuramento para ser um dos três representantes de Portugal na final que se disputa nos Estados Unidos da América. “Praticava karaté no Clube Recreativo do Forte da Casa e cheguei a ser campeão nacional, mas cheguei à dança por causa da minha irmã e como hobbie. Comecei a ganhar jeito e apaixonei-me por isto”, conta a O MIRANTE.

KKappa, que chegou a entrar no concurso televisivo Got Talent em 2016 com outro grupo que integrava, ficou fascinado com o hip hop e entrou na Escola Superior de Dança para aprender dança contemporânea e ballet. Nunca mais parou de procurar formações dentro da modalidade, desde Colónia, na Alemanha, a Nova Iorque, nos Estados Unidos da América, e Londres, no Reino Unido.

“O hip hop é uma dança rebelde, apaixonante, de contra cultura. Começou por ser uma dança de imposição e revolta nas décadas de 1970 e 1980, mas para mim é sobretudo uma dança que nos dá uma grande sensação de liberdade”, conta KKappa. O grupo treinava num ginásio do concelho mas desde Setembro de 2020 que o CPCD da Póvoa de Santa Iria lhes abriu as portas e deu o apoio que precisavam para continuarem a crescer. “O clube ajudou-nos muito e dá-nos excelentes condições para treinar. O presidente é uma pessoa muito disponível e estamos gratos por isso”, explica o responsável.

Dançar faz bem à saúde

Dançar hip hop, diz, é importante para desenvolver a coordenação motora, a parte cardiorespiratória e a destreza mental e corporal. “Numa criança autista, por exemplo, os médicos recomendam a dança e a música como terapia. Somos movidos a música e esta dança trabalha bastante a parte de cardio e a parte muscular. Dançar sozinho não tem piada. Quem gosta de dançar precisa de pares”, confessa.

Além da vertente desportiva o grupo foca-se também na parte do espectáculo, sendo que o objectivo fundamental é dançar, mexer o corpo e libertar a mente ao som da música. Os problemas de cada um ficam à porta. Dentro do pavilhão do CPCD há união, música e dança. “Não precisamos de querer ser bailarinos profissionais para nos divertirmos num hobbie à séria. Basta querer dançar e com isso deixar orgulhosos os nossos pais e amigos”, conclui KKappa.

Pandemia roubou praticantes

O grupo chegou a ter 80 praticantes mas com o agravar da pandemia, no início de 2021, o número de atletas caiu para 60. João Cruz não esconde a ambição de vir a tornar os “Native Speakers” o principal grupo de hip hop do concelho. Uma actuação de encher o olho no Ateneu Vilafranquense o ano passado fá-lo acreditar ainda mais que esse objectivo é concretizável.

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