Ponto de encontro na aldeia de Caveira é o clube desportivo
Fundada por jovens em busca de dinamizar Caveira, no concelho de Torres Novas, a colectividade é há cerca de quatro décadas o elo de ligação entre as gentes da aldeia. Festas, jantares e torneios de futebol são algumas das iniciativas que a colectividade organiza todos os anos.
Apenas 10 minutos de viagem separam a cidade de Torres Novas da aldeia de Caveira, onde está sediada uma associação que há cerca de quatro décadas é o ponto de encontro dos seus habitantes. O Clube Desportivo Caveirense foi fundado em 1983 por um grupo de jovens que queria trazer mais dinâmica para a aldeia. Dezenas de anos depois a colectividade é o principal elo de ligação entre a comunidade. O clube organiza as festas da aldeia, que se realizam no início de Julho, e é a promotora de um torneio de futsal, que junta várias equipas do concelho, a que dão o nome de “A Champions do Pelado”. Para além disso, o salão de festas, no primeiro andar do edifício da sede, recebe algumas iniciativas privadas, como festas de anos ou jantares de grupo, e a noite de passagem de ano.
É na sede da associação que O MIRANTE se encontra com o presidente Pascal Luís. Não esconde o orgulho em liderar um projecto com muita importância na comunidade e afirma que o envolvimento das pessoas tem sido fundamental para o manter. “Há sempre pessoas a querer ajudar a organizar as nossas iniciativas. Inclusive gente de aldeias vizinhas, como Vale do Carvão ou Foros da Barreta. Nunca há falta de mão-de-obra”, vinca.
No dia da visita de O MIRANTE cerca de duas dezenas de pessoas começavam os preparativos para o torneio de futebol inter-aldeias que se iria realizar no fim-de-semana seguinte. Na cozinha alguns confeccionavam as bifanas e a sopa da pedra enquanto outros enchiam o frigorífico de cerveja e refrigerantes. Pascal Luís refere que a ligação especial entre o clube e as pessoas é potenciada pelo facto de terem um café que é ponto de encontro diário para conversas e alguns jogos lúdicos.
Luís Silva, vice-presidente da Câmara de Torres Novas, apareceu durante a conversa para falar sobre o torneio. Pascal Luís aproveitou a deixa para partilhar que não é fácil manter uma associação, que tem cerca de três centenas de associados, a funcionar apenas com alguns apoios autárquicos. O presidente refere que a gestão do clube é feita ao cêntimo e garante, com orgulho, que não há dívidas por pagar. Pelo contrário, está em vista um projecto para alargar o recinto das festas e melhorar as condições do interior do edifício sede. Luís Silva destacou o papel da colectividade no desenvolvimento da aldeia e prometeu continuar a ajudar dentro das possibilidades do município.
A pacatez e o sossego da aldeia
Os poucos jovens que residem em Caveira são presença assídua na organização de todas as iniciativas. Henrique Gomes, de 19 anos, sublinha ao repórter a importância do clube para fixar os jovens na aldeia e o quanto as iniciativas animam os mais novos e os mais velhos. “São momentos de convívio indescritíveis. Para quem tem pouco contacto com o meio urbano, esses momentos são fundamentais porque unem as pessoas num mesmo propósito”, afirma. Os laços com o Caveirense existem desde que se lembra uma vez que o seu pai e irmão são prata da casa. Embora não faça parte dos órgãos sociais, é o primeiro a chegar sempre que é preciso arregaçar as mangas e ajudar na organização de algum evento.
Henrique Gomes garante não querer deixar a pacatez e o sossego da aldeia uma vez que, embora seja pequena e não tenha grande parte dos serviços, como supermercado, farmácia ou multibanco, “as coisas na aldeia têm outro sabor”.