Futsal feminino regressa ao Juventude da Castanheira
Filipa Martins e Ana Margarida Barceló são duas das 18 atletas que integram a equipa de futsal feminino treinada por Paulo Martinheira.
Depois de quatro anos sem equipa de futsal feminino, o Juventude da Castanheira volta a formar plantel. Os treinos de captação decorreram em Abril e já conseguiram juntar 18 atletas para a época que começa em Setembro. A O MIRANTE, o treinador Paulo Martinheira assume que as captações foram bem sucedidas e tiveram boa adesão, tendo conseguido fechar a equipa no espaço de mês e meio. As atletas que agora formam a equipa de futsal feminino do clube têm todas um passado na modalidade, nomeadamente no Povoense, Sporting e Benfica.
Com um método de treino centrado em trabalhar pessoas para se tornarem melhores atletas, o treinador diz que os principais objectivos são crescer como equipa, desenvolve a competitividade e dominar os princípios básicos do jogo, acrescentando que têm tudo para fazer um bom percurso. “Acredito que não é só ganhar, queremos fazer bem as coisas. E se conseguirmos vitórias, melhor. Estamos a trabalhar para tentar estar nas quatro ou cinco primeiras equipas do campeonato”, assume.
O técnico considera que nos últimos anos a modalidade tem vindo a ganhar destaque e qualidade, e que já há “melhores treinadores com ligações ao futsal feminino, o que faz muita diferença na qualidade de jogo das equipas”, explica.
Há cada vez mais raparigas e mulheres interessadas no futsal e isso leva ao aparecimento de mais equipas. Paulo Martinheira tem 35 anos e conta com uma carreira de quase duas décadas de experiência na modalidade. Já passou por clubes como a Associação de Moradores de Santo António dos Cavaleiros (AMSAC), Centro Popular de Cultura e Desporto (CPCD), Sport Lisboa Olivais, Vitória de Olivais, Vilafranquense e Benfica. Revela que a sua paixão pelo futsal feminino começou quando ainda era jovem, ao ver os treinos da irmã, que jogava pela Fundação CEBI de Alverca. Apesar de ter feito parte de uma equipa de futebol, o treinador confessa que nunca jogou e sempre ficou no banco de suplentes. Foi no banco que percebeu o gosto por treinar. “Enquanto estava no banco ia comentando as decisões que o meu treinador ia tomando e foi assim que começou”, conta.
Começou o seu percurso como treinador de guarda-redes no CEBI quando tinha 15 anos, mas foi aos 17 que teve o seu primeiro projecto como treinador principal. Em 2010 começou o seu trajecto de sete anos no Juventude da Castanheira, clube onde conquistou o campeonato em 2012/2013 e alcançou duas subidas de divisão nas épocas seguintes “Foi em 2010 que começou o meu amor e paixão por este clube, estou feliz por poder regressar a casa”, sublinha.
Ao longo dos anos, nos projectos que participou, Paulo Martinheira arrecadou na fundação CEBI o título de campeão distrital em seniores femininos na época 2003/2004, o torneio extraordinário da Associação de Futebol de Lisboa em futsal sénior feminino pelo Alenquer Real Club na época 2018/2019 e no Benfica foi campeão da Associação de Futebol de Lisboa, no escalão sub-15 futsal feminino, na época que agora terminou.
A importância do trabalho em equipa
Filipa Martins é formada em enfermagem e tem 23 anos. Sempre gostou de jogar à bola com os primos e com os amigos na rua. Mas o interesse a começou a aguçar-se aos 12 anos, quando depois de um torneio inter-turmas na escolas foi convidada a juntar-se a uma equipa de raparigas.
O trabalho colectivo durante o jogo foi algo que sempre admirou na modalidade, por isso, quando chegou o convite para entrar na equipa do Juventude não hesitou em aceitar. “Eu gosto de desafios e este projecto é ambicioso e tem tudo para ter sucesso. Também as pessoas que estão à frente da equipa têm muita experiência e isso faz muita diferença”, afirma.
Ana Margarida Barceló tem 35 anos e é gestora comercial. Conta que sempre gostou muito de desporto e que a primeira modalidade que praticou foi trampolins. Quando a modalidade terminou no clube onde estava começou a experimentar o futsal. “Desde então foi um amor à primeira vista que não larguei mais, já pratico há 19 anos. O futsal é um grande amor”, confessa. Acredita que a equipa pode ir longe e que estão todas prontas a trabalhar e a evoluir juntas. A atleta que já tinha representado o Juventude nas épocas de 2011/2012 até 2017/18, encara a nova época como um regresso a casa. “Orgulho-me de vestir a camisola e é muito boa a sensação de voltar a pisar este chão. É bom sentir que temos boas pessoas à nossa volta”, diz.