A competição no bilhar está de volta ao Forte da Casa

Equipa pretende chegar à primeira divisão e Taça de Portugal depois de vários sucessos e alguns percalços pelo caminho. Direcção do Clube Recreativo e Cultural do Forte da Casa quer lutar por criar condições favoráveis à formação e desenvolvimento da modalidade.
O pool - um tipo de bilhar - não é um desporto de taberna e a secção criada há dois anos no Clube Recreativo e Cultural do Forte da Casa (CRCFC) quer provar que a modalidade pode ser disputada de forma profissional e até já ambiciona alcançar a primeira liga nacional. Os responsáveis da secção de pool estão apostados em lutar para fazer regressar a glória do passado e o prestígio de uma modalidade que muita gente ainda pensa ser apenas um desporto de café.
Paulo Cunha e Mário Nascimento são dois dos cinco membros da equipa que procuram lutar pelo futuro da modalidade no Forte da Casa. “Ainda há muito estigma social, as pessoas acham que fazemos aqui o que se faz nos cafés e nas tascas, onde estão quatro pessoas à volta da mesa a comer tremoços e a beber cerveja enquanto se contam umas piadas. Não podia ser mais distante disso”, explica Mário Nascimento, um dos praticantes com maior experiência da equipa e com mais de uma década de competições.
Joaquim Grade, presidente do CRCFC, explica a O MIRANTE que após perceber o interesse e paixão de um grupo de sócios pelo pool procurou satisfazer as necessidades de maior movimento desportivo no clube com a criação da equipa em conjunto com outro associado, actualmente afastado do projecto. Para o presidente é importante apoiar as vontades dos sócios sempre que possível tendo assumido o investimento de compra de quatro mesas profissionais de pool.
Um desporto complexo
Mário Nascimento explica a O MIRANTE que tal como qualquer desporto o pool necessita de treinos regulares para afinar a precisão das tacadas e melhorar o desempenho nas provas. Actualmente competem a nível regional e já sonham com a Taça de Portugal. “Temos de estar cientes da nossa equipa e da qualidade dos nossos adversários. Neste momento temos uma equipa que está ainda a aprender a jogar em conjunto. Temos adversários que jogam juntos há vários anos. Temos de perceber a diferença e trabalhar mais próximos”, comenta Paulo Cunha, director do departamento de pool e vice-presidente do departamento desportivo do clube.
A secção de pool está a dinamizar torneios internos para encontrar novos praticantes e cativar a atenção da comunidade para a modalidade. Parte da dificuldade de ser atleta passa pelos gastos com o material e deslocações, algo que tem sido suportado inteiramente pelos atletas e pelo clube.
Um dos objectivos do clube é o de vir a ter um grupo de formação de jovens talentos de pool. Mário Nascimento defende que tem existido uma estagnação na evolução do desporto em Portugal, muito devido à inacção da federação e dos clubes que têm tido dificuldade em cativar atletas. Ainda assim acredita que a modalidade tem futuro.