Câmara de Coruche perdoa dívidas ao Coruchense feitas por ex-presidente da autarquia
Os valores dizem respeito aos serviços prestados pelos bombeiros municipais nos jogos de futebol em 2015 e 2016, altura em que o clube era presidido pelo ex-presidente do município, Dionísio Mendes.
A Câmara Municipal de Coruche perdoou as dívidas do Grupo Desportivo O Coruchense. Os valores dizem respeito aos anos de 2015 e 2016, quando o clube era presidido pelo ex-presidente da câmara, o socialista Dionísio Mendes, e estão relacionados com serviços de assistência dos bombeiros municipais nos jogos de futebol. Recorde-se que o clube nessa época jogava no campeonato nacional e por isso estava obrigado a ter bombeiros em permanência nos jogos. Para ter direito a receber mais uma tranche do subsídio atribuído anualmente pela autarquia o clube tem de ter saldado os 1700 euros de dívida.
A proposta do executivo municipal foi a anulação da dívida do clube. Segundo o presidente do município, Francisco Oliveira o Coruchense alega que precisa do dinheiro para regularizar compromissos já firmados, e que estão a contar com o dinheiro do subsídio atribuído pela Câmara. Em reunião do executivo municipal o vereador da CDU, Valter Jerónimo disse concordar com o perdão, mas considerou que o regulamento de atribuição de apoio ao movimento associativo tem de ser revisto.
“E se os clubes e associações que cumprem com os seus compromissos deixassem de pagar porque a Câmara perdoou o Coruchense? Este clube tem privilégios? As dificuldades são iguais em todo o lado e não podemos tomar decisões diferentes”, sublinhou. Francisco Oliveira justificou com as exigências que são pedidas pelas federações ao movimento associativo e que deixam os clubes em situações complicadas.
Em declarações a O MIRANTE, Francisco Oliveira não quis fazer mais comentários sobre o assunto. Questionado sobre se o perdão da dívida ao Coruchense podia abrir precedentes a outros clubes na mesma situação, o autarca diz que não teme e que a dívida está anulada. “As facturas lançadas já prescreveram. Não falo mais sobre isso”, reiterou. Apesar das dúvidas levantadas pela CDU o ponto foi aprovado por unanimidade em reunião de Câmara.