Desporto | 09-08-2023 12:00

Arqueiro de Vila Franca de Xira sonha com os Olímpicos após conquistar título nacional

Arqueiro de Vila Franca de Xira sonha com os Olímpicos após conquistar título nacional
Simão Ribeiro foi campeão nacional em arco recurvo e garante que as conquistas não vão ficar por aqui

Simão Ribeiro, 17 anos, encontrou no tiro com arco a sua vocação. Há mais de uma década que treina afincadamente, tendo conquistado títulos que o levam a sonhar com a oportunidade de representar o país nos Jogos Olímpicos.

Nesta conversa com O MIRANTE leva-nos através das suas conquistas, aos seus desafios mentais e ao apoio caloroso do seu clube, a Euterpe Alhandrense.

Simão Ribeiro, de 17 anos, é de Vila Franca de Xira e está a dar que falar no mundo do tiro com arco depois de se ter sagrado campeão nacional de campo em arco recurvo, o também chamado arco olímpico, disparando a 60 metros de distância. Já tinha sido várias vezes vice-campeão mas desta vez o título não lhe fugiu, numa prova da Federação Portuguesa de Tiro com Arco disputada há duas semanas, no Campo do Cevadeiro, em Vila Franca de Xira. Veste as cores da equipa de tiro com arco da Sociedade Euterpe Alhandrense, de Alhandra.
“Foi um resultado natural pelo que tem sido a minha evolução. Quando voltei pós-covid estava a recuperar de ter partido um braço e os resultados não foram o que estava à espera, mas nos últimos meses notei um progresso significativo, sentia que estava pronto para ganhar neste campeonato”, conta a O MIRANTE.
Simão Ribeiro não esconde a ambição de, quando chegar a sénior, vestir a camisola da selecção e poder representar o país nos Jogos Olímpicos. “Até lá ainda preciso de muito trabalho e tenho muitos anos de tiro pela frente”, diz. O jovem arqueiro pretende continuar a trabalhar para manter o título nacional de campo na próxima época, conquistar o campeonato de sala e subir de escalão para os seniores e entrar na selecção nacional.
Começou a sua jornada desportiva no futebol mas sentiu que esse não era o seu lugar. “Era muito competitivo, não podia jogar muito e nunca senti que fosse ali que pertencia”, recorda. Aos sete anos encontrou no tiro com arco a sua grande vocação. “Procurava um desporto que me ajudasse a treinar o foco e a concentração e acabei por me apaixonar pelo tiro com arco”, explica o jovem arqueiro.
Desde então, Simão Ribeiro tem-se dedicado incansavelmente ao desporto. Treina cinco vezes por semana disparando mais de 100 tiros por sessão, cerca de 500 tiros por semana. “Gosto de manipular o arco, é como uma arma. Ao contrário de outros desportos não estamos dependentes de outros, somos apenas nós e o alvo. É um desporto que parece mais fácil do que é. A técnica tem de ser treinada através de milhares de tiros”, explica.

Saber lidar com a frustração
A parte mental é o maior desafio no tiro com arco. A pressão de superar um ou outro momento menos bom e a frustração quando os resultados não correspondem ao esforço são desafios que o jovem arqueiro enfrenta em cada treino e prova. Confessa que um duche de água fria é o melhor segredo para esquecer e seguir em frente. A visualização prévia dos alvos e pensar cada prova como se fosse um treino são outros truques que usa para manter o foco nas competições.
A equipa de tiro com arco da Euterpe Alhandrense é como uma família e a união e o apoio dos colegas mais velhos têm sido fundamental na sua evolução como atleta e pessoa. O jovem atleta recomenda este desporto para quem enfrenta problemas de concentração ou hiperactividade, descrevendo-o como terapêutico. Apesar de todas as conquistas, Simão Ribeiro mantém os pés no chão e reconhece que ainda há um longo caminho pela frente. O tiro com arco, um desporto que ele defende merecer mais visibilidade na comunidade, é onde encontra a sua paixão e um caminho para cumprir os seus sonhos, que para já passam também por acabar o ensino secundário e depois estudar nas áreas de engenharia física ou tecnológica.
A paragem nas férias de Verão é um problema que Simão Ribeiro combate levando sempre o arco e o bastidor com alvos. “É a única maneira de não perder a forma, porque basta uma semana sem disparar para se perceber logo que perdemos algumas capacidades”, explica.

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