Duas versões no polémico caso do jogo entre os juvenis do Cartaxo e Tomar
Um jogo entre os juvenis do SL Cartaxo e do União de Tomar terminou com insultos entre adeptos e jogadores e várias expulsões. Treinador do Cartaxo acusou árbitro de falta de bom-senso por ter expulsado atleta, seu filho, que perdeu a mãe recentemente. Árbitro fala em deturpação da realidade e acusa treinador de o agarrar no rectângulo de jogo.
O fim-de-semana de 14 de Outubro no campeonato distrital de juvenis da Associação de Futebol de Santarém (AFS) deu que falar devido às incidências ocorridas no jogo entre o Sport Lisboa (SL) e Cartaxo e o União de Tomar. O treinador da equipa cartaxense, Paulo Murteira, partilhou um comunicado acusando, entre outras coisas, o árbitro principal de falta de bom senso por ter expulsado um atleta, seu filho, que perdeu a mãe recentemente, depois do mesmo ter sido insultado por alguém da bancada. O árbitro emitiu um direito de resposta alguns dias depois, afirmando que o ”jovem jogador (..) foi expulso após o final da partida por se dirigir a toda a equipa de arbitragem com linguagem injuriosa e completamente inapropriada”, acrescentando que “o treinador, pai do atleta e mentor do comunicado saído nas redacções, agarrou-me no interior do rectângulo de jogo, impedindo-me de me juntar aos restantes elementos da minha equipa, tendo posteriormente tomado parte activa nos tumultos existentes fora do terreno de jogo, motivo pelo qual foi considerado expulso”.
No entanto, a versão de Paulo Murteira é diferente. Diz que, depois de ter sido insultado por alguém na bancada, o seu filho pediu ao árbitro para que "tomassem alguma medida porque tinha perdido a mãe há poucos dias". O treinador refere que o árbitro mostrou-lhe imediatamente o cartão de vermelho e nunca quis dar justificações, acusando a equipa de arbitragem de “arrogância e uma falta de bom senso” injustificada perante a situação. "Aguardarei serenamente pelo relatório do árbitro e pelas conclusões desta situação (…) Depois disto tudo, agradeço que vejam os castigos que foram publicados…o miúdo com três meses de suspensão...uma verdadeira vergonha”, lamentou.
No direito de resposta, o árbitro, Carlos Lopes, explica que o jogador que o Conselho de Disciplina castigou com três meses de suspensão é um colega que “tomou parte activa” sobre o que se estava a passar na bancada. “O atleta que infelizmente perdera a sua mãe teve um castigo de 2 (dois) jogos de suspensão, ao contrário do que foi veiculado”, disse. “Fui surpreendido, após a saída das deliberações disciplinares, por um comunicado que deturpa de forma grave o sucedido, havendo um claro aproveitamento de toda a situação para tentar limpar e ficar bem na fotografia, tentando, uma vez mais, manchar a imagem da arbitragem e, neste caso em particular, dos elementos que constituem a minha equipa, sendo criada uma narrativa em que é invertida a ordem dos acontecimentos”, vincou Carlos Lopes, acrescentando, entre outros aspectos, que “como é evidente, uma qualquer equipa de arbitragem por mais sensibilidade que tenha, não poderá compactuar com todo o tipo de comportamentos negativos e apagar todo o sucedido após ter conhecimento de uma trágica notícia”.