Forense: um clube de Salvaterra de Magos que subiu de divisão com poucos recursos
O Grupo Desportivo Forense subiu no ano passado à primeira divisão distrital de futebol. Com poucos recursos e um orçamento anual a rondar os 35 mil euros, a direcção do clube do concelho de Salvaterra de Magos trabalha por amor à camisola e diz que o futuro da associação depende da formação dos jovens.
Carlos Ribeiro é presidente do Grupo Desportivo Forense, associação de Foros de Salvaterra, cuja equipa de seniores masculinos subiu à primeira divisão distrital de futebol na época passada. O dirigente, que viu passar ao lado uma carreira no futsal, recebeu O MIRANTE acompanhado por Eduardo Pedroso, director da equipa sénior, no bar da sede do clube para uma conversa sobre as dificuldades de manter uma associação de pé com poucos recursos.
Na sede da colectividade de Salvaterra de Magos está representado, através de uma moldura, Manuel Grou, antigo dirigente do clube. Outra das molduras presentes corresponde a um dos momentos mais importantes no palmarés do clube: o título de campeão da terceira divisão distrital na época 1992/1993. Segundo Carlos Ribeiro a falta de condições adequadas para a prática desportiva é uma das grandes lacunas da associação, nomeadamente relativamente às instalações. “Estamos extremamente limitados e as condições que existem nos balneários estão completamente degradadas”, lamenta o dirigente de 54 anos.
O Desportivo Forense subiu ao campeonato distrital da primeira divisão da Associação de Futebol de Santarém (AFS) na época passada. É um feito que resulta de um trabalho que, refere, tem sido realizado nos últimos cinco anos. Com a subida da equipa sénior, a realidade tornou-se mais exigente, algo que é verificado nas cinco derrotas consecutivas no início desta temporada. No entanto, há boas notícias e esperança no futuro: o GD Forense registou, a 22 de Outubro, a sua primeira vitória no campeonato frente ao ADRC Vasco Gama. “Na primeira distrital, a maioria dos clubes estão na sede de concelho. Têm valores de subsídios muito superiores aos que têm os clubes situados nas freguesias mais distantes”, afirma para explicar que os apoios têm sido insuficientes para garantir o crescimento e desenvolvimento do clube.
Com escalões de petizes, traquinas, infantis, sub-10 e seniores, o presidente enumera o principal desafio a ultrapassar: falta de atletas, factor que cria problemas ao nível da competitividade. Neste momento, o clube tem 78 atletas inscritos na AFS. O dirigente utiliza a palavra “fracasso” para descrever a situação de captação de jovens jogadores no clube, que já teve uma equipa feminina sénior de futsal, na época 2015/2016, que chegou às meias-finais da Taça do Ribatejo. Apesar de o futebol ser a modalidade principal, existe também uma secção de setas que disputa o campeonato regional e que tem aproximadamente uma dezena de atletas.
Lutar pela permanência
Natural de Lisboa, Carlos Ribeiro jogou futsal na equipa Quimi Nova que pertencia ao grupo da CUF. Em 2012 iniciou a sua ligação ao Grupo Desportivo Forense. Começou por arbitrar jogos nos torneios de futsal organizados pelo clube. Fez parte da implementação do relvado sintético no campo, algo que só aconteceu em 2017. Carlos Ribeiro está no sexto ano à frente da presidência da direcção do Grupo Desportivo Forense. O número de sócios pagantes do clube ronda as duas centenas e o orçamento para a época 2023/2024 é de cerca de 35 mil euros. O objectivo para a época 2023/2024 é tentar manter a equipa sénior no campeonato distrital da primeira divisão, mas também ajudar na formação dos jovens da terra para que um dia o clube possa usufruir do trabalho realizado com as camadas jovens.