Lezíria Judo Clube forma atletas e promove valores em Samora Correia
A fundação do Lezíria Judo Clube remonta a 2019 quando o mestre Tiago Nunes, após concluir a licenciatura em Ciências do Desporto, decidiu criar uma oferta de judo para crianças em Samora Correia. Hoje o clube conta com cerca de 60 judocas e tem atletas a competir nesta arte marcial que promove também os valores morais.
O Lezíria Judo clube assinalou o quarto aniversário precisamente no Dia Mundial do Judo, a 28 de Outubro. Com cerca de 60 atletas a associação soma e segue. Uma nova direcção está empenhada em fazer crescer o clube consolidando as turmas mais jovens, a partir dos três anos de idade, e garantir a permanência dos judocas mais velhos.
O clube foi criado em 2019 pela mão do mestre Tiago Nunes que já praticava a modalidade em Salvaterra de Magos. Quando acabou a licenciatura em Ciências do Desporto idealizou um pólo da modalidade em Samora Correia, onde a população não tinha oferta para crianças. Arrancou com o judo num ginásio da freguesia e por lá continuou a dar aulas durante uma década.
Decidiu com os pais fundar uma associação sem fins lucrativos e começou a aventura do Lezíria Judo Clube. Cerca de 40 atletas saíram do ginásio e formaram-se em três classes que começaram a treinar no pavilhão gimnodesportivo da Escola Básica 2,3 do Porto Alto. A nível competitivo, os judocas juvenis, cadetes, juniores e seniores participam nos campeonatos nacionais, ainda com resultados medianos. Mas este ano o clube contou com dois medalhados no campeonato internacional que se realizou em Tomar: a judoca Vitória Borges obteve o segundo lugar na categoria -63 quilos e Rafaela Maia obteve o terceiro lugar na categoria -57 quilos. Em 2020 e 2021 seis atletas passaram para o cinto negro, a graduação mais elevada da arte marcial japonesa. Daqui a um ou dois anos poderão haver graduações para cinto negro de quatro judocas que têm o cinto castanho. Como forma de incentivo aos atletas mais novos, Tiago Nunes criou um sistema de barras que são atribuídas no final de cada período escolar tendo em conta a assiduidade aos treinos.
Energia positiva
Tiago Nunes conheceu o judo através da escola e aos 13 anos foi convidado para ingressar no Judo Clube Salvaterra. A O MIRANTE explica que o judo difere de outras artes marciais sobretudo pela parte física, que é mais completa. Durante os treinos, homens e mulheres estão de igual para igual. Só se separam na competição.
O código moral do judo defende valores como a modéstia, cortesia, respeito, honestidade e auto-controlo. É preciso tomar decisões no momento certo. “O judo canaliza energia no sentido mais positivo e incita a procurar o caminho à volta do problema”, diz Tiago Nunes.
Judocas determinados
Rafaela Maia começou a treinar aos quatro anos, quando pediu aos pais para experimentar a arte marcial. Treina três vezes por semana e nas alturas em que compete treina cinco. Vitória Borges tem 15 anos e treina desde os oito. Concilia os treinos com o curso de cozinha e pastelaria e admite que gostava um dia de ganhar uma medalha olímpica. Determinação, esforço e empenho fazem um bom judoca, na sua opinião.
No masculino, Martim Santos, 20 anos, é cinto negro. Teve o primeiro contacto com o judo aos seis anos e o pai, também judoca, sempre o incentivou. Actualmente é arbitro e já não pode competir por causa do peso e dos problemas que tem nos joelhos. “Fiz uma cirurgia e agora nos treinos faço menos e demonstro mais o que aprendi. Um bom judoca tem de saber os princípios, ter disciplina, conhecer as regras e ter convicção. O judo retirou-me a vergonha, porque temos de ser rápidos e ágeis. Deixei de pensar demasiado”, relata o judoca.