Desporto | 20-12-2023 15:00

Formação de atletas no futebol depende do comportamento dos pais e dos agentes desportivos

Formação de atletas no futebol depende do comportamento dos pais e dos agentes desportivos
O Vice-presidente AFS Jorge Heleno com o presidente, Francisco Jerónimo e o presidente da Federação Portuguesa de Futebol, Fernando Gomes (ambos ao centro), e o jornalista João Marcelino

O livro “Pais e atletas no futebol: um estudo sobre comportamentos” foi apresentado no âmbito das comemorações do centenário da Associação de Futebol de Santarém. Apresentação reuniu figuras do futebol português e especialistas na matéria.

A Associação de Futebol de Santarém (AFS) iniciou as comemorações do centenário com a apresentação do livro “Pais e atletas no futebol: um estudo sobre comportamentos”. O estudo, coordenado pelo vice-presidente da AFS, Jorge Heleno, é relativo à época 2021/2022 e transcreve integralmente as respostas de atletas dos 12 aos 15 anos de 22 clubes da associação à pergunta: “O que gostarias de dizer aos teus pais e ao público que está a assistir [aos jogos] quando ofendem jogadores, árbitros ou treinadores?”. Aos pais foi feita a mesma pergunta em relação aos filhos. O livro integra a colecção da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) e foi lançado na segunda-feira, 4 de Dezembro, no Santarém Hotel.
“A AFS entende que a fase de formação deve ser um projecto colectivo envolvendo famílias, clubes e agentes desportivos”, começou por explicar o presidente da Associação de Futebol de Santarém, Francisco Jerónimo, reforçando que “a associação não quer crescer só por crescer”, mas de forma sustentada promovendo uma prática saudável do desporto. Segundo dados revelados na sessão, a AFS aumentou em 11% o número de inscritos relativamente ao período homólogo do ano passado e está perto dos nove mil atletas. O futebol feminino foi o que mais cresceu na região (10,8%) e no país (25%), contando com mais de 16 mil atletas femininas a nível nacional.
O vice-presidente, Jorge Heleno, afirmou que muitas vezes os pais querem passar por cima dos treinadores e ditar as regras. “Para os pais o jogo reside na vitória e na derrota. O filho é como se fosse o centro da equipa, daí que, quando não joga, não é relevante o resultado. Valoriza-se a derrota em virtude de o filho não ter jogado ou ter jogado pouco”, defendeu Jorge Heleno. “Mais do que falar e escrever”, o vice-presidente quer que se abra uma discussão de âmbito nacional e prometeu que o trabalho da AFS não vai ficar apenas pelo livro. “O distrito de Santarém tem a vantagem de estar no centro do país e acreditamos que aquilo que transpomos no livro é o reflexo do que se passa a nível nacional”, remata.
No estudo foram ouvidas 777 pessoas, das quais 308 são atletas. “Calado” e “respeito” são as palavras que predominam nos depoimentos dos pré-adolescentes e os pais reconhecem que há um problema. O estudo foi reforçado com a análise e reflexão de ilustres personalidades, técnicos e especialistas de diversas áreas com paixão pelo desporto e houve uma resposta que mereceu especial atenção pela sua simplicidade: “Deixem-nos jogar”.
O presidente da Federação Portuguesa de Futebol, Fernando Gomes, disse que a discussão se enquadra nos objectivos do “Futebol 2030”, o plano estratégico da FPF para a próxima década. A FPF está a intervir em mais de três quartos dos concelhos a nível nacional, incluindo os do distrito de Santarém, com o projecto “A Hora dos SuperQuinas”, cuja premissa é desenvolver as competências motoras das crianças do primeiro ciclo através de uma oferta de actividade física e desportiva nas Actividades de Enriquecimento Curricular (AEC), tendo subjacente a ética e o fair-play. Numa primeira fase o projecto chegou a mais de 300 escolas e a 800 professores de AEC, que receberam formação.

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