Desporto | 10-01-2024 18:00

Duas dezenas de mulheres uniram-se para formar uma equipa de futebol nas Lapas

Duas dezenas de mulheres uniram-se para formar uma equipa de futebol nas Lapas
A Juventude Lapas Feminino é uma equipa de futebol composta por mulheres com ligações à aldeia das Lapas, no concelho de Torres Novas

A Juventude Lapas Feminino é composta por 20 atletas com paixão pelo futebol que formaram um grupo que já é um exemplo de superação, união e de combate ao preconceito. A equipa reúne-se todas as semanas nas Lapas, concelho de Torres Novas.

Um grupo de 20 mulheres, entre os 22 e 38 anos, uniu-se para formar a equipa de futebol de cinco Juventude Lapas Feminino, sediada na aldeia das Lapas, no concelho de Torres Novas. A equipa está a deixar a sua marca no campo e na comunidade local. Já participaram em torneios em Lisboa e organizaram jogos com outras equipas não federadas, demonstrando sempre entusiasmo e determinação por uma modalidade pela qual dizem sentir paixão. O MIRANTE esteve a acompanhar um treino da equipa, que se realizou numa segunda-feira, e conversou com a presidente da associação, Madalena Fernandes, de 25 anos, e dois elementos da direcção, Ana Brites, de 37 anos, e Rita Faria, de 28 anos.
Tudo começou quando algumas mulheres da aldeia, ou com ligações familiares às Lapas, começaram a jogar esporadicamente após a realização de um jogo de solteiros e casados na inauguração do Parque Desportivo de Lapas, há cerca de dois anos. A ideia de constituir uma equipa ganhou ainda mais força após o “Dia do Lapeiro” deste ano, celebrado a 10 de Junho, organizado pela Sociedade Musical União e Trabalho das Lapas (SMUT), um evento que reuniu a comunidade com música, animação, jogos de futebol e um almoço. Desde então, as 20 atletas passaram a treinar semanalmente, formando a equipa “Juventude Lapas Feminino”.
A 16 de Setembro, considerado o dia da fundação da equipa, organizaram o primeiro torneio chamado “Lapinhas”, em honra a uma antiga equipa feminina que existiu há cerca de quatro décadas com mães que vêem agora as suas filhas reavivar a memória da aldeia. O torneio foi um marco significativo para a equipa cuja direcção afirma com orgulho que as Lapas pararam para ver o torneio e têm apoiado muito a equipa.
Incentivar mulheres
de outros concelhos
Ana Brites, jogadora e membro da direcção, explicou que a equipa inclui mulheres que sempre desejaram jogar futebol mas que nunca tiveram oportunidade, como é o seu caso. “Sempre joguei na rua com os rapazes e procurei pertencer a uma equipa a minha vida toda”, diz, com um sorriso. Aprender a lidar com os feitios tem sido um dos grandes desafios. “É bom fazermos um bocadinho de exercício, mas o convívio, a partilha de experiências e conhecer pessoas novas é a melhor parte”, vinca. “Antigamente os pais não deixavam uma menina jogar futebol porque era feio. Aqueles que deixavam, não havia para onde ir porque só havia equipas masculinas e quando jogávamos na rua com os rapazes ouvíamos sempre certos comentários por sermos uma menina”, conta Ana Brites. “Felizmente agora não é bem assim e qualquer pessoa é bem-vinda nos nossos treinos, basta gostar e ter vontade”, sublinha, acrescentando que nas Lapas sempre sentiram muito apoio por parte da comunidade. Muitas das jogadoras são mães e sentem que os filhos e maridos têm muito orgulho por as ver jogar à bola.
Os objectivos principais da equipa são o divertimento, estabelecer amizades, participar em torneios e incentivar mulheres de outros concelhos a formarem equipas de futebol de cinco feminino. “Recentemente vencemos um torneio na Amadora. Queremos criar um calendário com 10 equipas e organizar jogos mensais, construindo uma liga amadora na nossa região”, explicam.

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