Núcleo Sportinguista do Cartaxo renasceu com nova direcção
António Gaspar liderou há quatro anos a lista que conquistou os sócios do Núcleo Sportinguista do Cartaxo. O núcleo adaptou-se aos novos tempos mas continua a conquistar os sócios mais antigos. Com cerca de quatro centenas de associados, basquetebol e futsal são as modalidades praticadas no núcleo.
O Núcleo Sportinguista do Cartaxo está vivo e de boa saúde. A nova direcção, composta por elementos dos 35 aos 45 anos, completou quatro anos no leme da associação na sexta-feira, 12 de Janeiro, e retomou as modalidades que marcaram a história do núcleo – basquetebol e futsal. Hoje são perto de 400 sócios e cerca de 80 crianças e adolescentes, dos cinco aos 15 anos, a praticar desporto. António Gaspar, 40 anos, presidente do núcleo, garante que a sede está aberta a todos e que não há discriminação de atletas pela preferência clubística.
O também professor do curso de restaurante/bar regressou à cidade em 2018 devido ao cansaço das viagens para Peniche, onde residia. Ao início havia a incógnita de onde ir ver o futebol e surgiu a ideia do núcleo, na altura situado na Avenida João de Deus. Quando entrava sentia que faltava “sangue novo” e antevendo o pior cenário, o fecho, algo que o desolava por ter sido o avô, Vítor Matias, um dos primeiros sócios e impulsionadores do núcleo. “Era um sportinguista fervoroso que acompanhava atletas no ciclismo e atletismo e que chegou a levar atletas para o Sporting”, recorda a O MIRANTE, explicando que por esta e outras razões conversou com a família que o motivou a dar o passo seguinte.
António Gaspar recorreu aos contactos que tinha para formar uma lista de pessoas de várias áreas e conquistaram os sócios. As modalidades de basquetebol e futsal voltaram em peso e até à competição. Desde a tomada de posse melhoraram a qualidade das refeições e o cartão de sócio tornou-se digital atraindo cada vez mais jovens e famílias. António Gaspar acredita que o título de campeão nacional do Sporting trouxe “sangue novo” aos núcleos. A sede, na Rua Manuel Bernardo das Neves, só abre em dias de jogo e às segundas e quintas, às 21h00, os sócios juntam-se no Pavilhão Inatel para jogarem à bola. Miguel Elias e Pedro Devesa são vice-presidentes da direcção. Pedro Gaspar, Dionísio Pereira, João Gaspar, Pedro Rui, João Cordeiro, David Sousa, Diogo Silva, Bruno Pereira e José Ferreira, vogais. Cândido Marques presidente da assembleia-geral, Mário Inácio, vice-presidente, e Rita Marques, secretária. Miguel Gonçalves é presidente do conselho fiscal, Bruno Andrade vice-presidente, e César Martins, vogal.
Pavilhão Inatel como solução
António Gaspar defende que o Pavilhão Inatel no Cartaxo devia ser pensado como “uma solucção para o concelho” uma vez que é a única infraestrutura viável para competição. Para o presidente o campo podia ser alargado e a bancada e os balneários melhorados. Um bar no pátio da entrada evitaria deslocações à sede do núcleo, situado a algumas centenas de metros. “Tivemos sempre muitos e bons atletas em todas as modalidades. Se houver mais apoios acredito que teremos mais resultados porque somos resilientes, lutadores e orgulhosos da terra”, refere, acrescentando que nos fins-de-semana de 13 e 20 de Janeiro há torneios de basquetebol e futsal que reúnem cerca de duas centenas de atletas nos dois dias.
Uma equipa com maioria de benfiquistas
João Carolino foi o primeiro jogador de futsal do Núcleo Sportinguista do Cartaxo e é actualmente o capitão dos iniciados, uma equipa que cresce desde o primeiro treino. Praticou futebol no Grupo Desportivo de Pontével quando tinha sete anos, à semelhança do pai na sua adolescência; no Sport Lisboa e Cartaxo, aos 11, e basquetebol no Ateneu Artístico Cartaxense durante dois anos. Admite que a sua paixão foi sempre o futsal e que ansiava a criação de uma equipa no Cartaxo. Embora não entrassem logo em competição, não desmotivou, reconhecendo o esforço do clube perante todos os encargos e responsabilidades que a competição acarreta.
O atleta vai ao Núcleo ver os jogos com a mãe, sportinguista, e com a equipa que, curiosamente, é na sua maioria composta por benfiquistas. O ambiente vivido é de brincadeira, garante. O atleta de 13 anos, que joga na posição de fixo, tem participado nos treinos da selecção distrital e tem o espírito de jogar com calma e, acima de tudo, com um sorriso no rosto. “Não importa o resultado”, afirma. Define-se como um jogador importante para a equipa, com o papel acrescido de acalmar os ânimos. Os seus ídolos são Ricardinho e Zicky Té, jovem pivô do Sporting, de 22 anos.