Tiro com arco em Santarém nasceu de uma conversa entre amigos
O tiro com arco não é um desporto de massas mas na região há alguns clubes que dinamizam a modalidade em que atleta e arco se fundem num só com o objectivo de acertar em cheio com a seta no alvo.
A Secção de Tiro com Arco do Rugby Clube Santarém foi criada há dois anos e, apesar de não ter muitos praticantes, já tem algum trabalho para apresentar.
A Secção de Tiro com Arco do Rugby Clube Santarém (RCS) foi criada apenas há dois anos mas já tem resultados e trabalho para apresentar, como títulos nacionais dos seus arqueiros ou a organização de competições, como a primeira prova do Campeonato de Sala de 2024 da Federação de Arqueiros e Besteiros de Portugal, que decorreu a 28 de Janeiro, no Pavilhão Municipal de Santarém.
Luís Rodrigues, um dos fundadores da secção, treinador e arqueiro do clube, já tinha praticado a modalidade como federado na Mata, concelho de Torres Novas, e conta que a ideia de criar a Secção de Tiro com Arco do RCS surgiu de uma conversa com um amigo e acabou depois por ser bem acolhida pela direcção do RCS. Apesar de não possuir patrocínios e de não ter actualmente um local de treinos fixo, a secção mantém a sua actividade e conta com oito praticantes. Para resolver o problema da falta de espaço para treinos está a ser estudada uma solução entre a Câmara de Santarém e a empresa municipal Viver Santarém. O apoio da Câmara de Santarém nas provas que o clube organiza é um dos que a secção possui de momento.
O antigo local de treinos situava-se no recinto da ex-Escola Prática de Cavalaria. O material utilizado pelos arqueiros vai sendo adquirido pelos próprios conforme a sua evolução, pois o mesmo tem de ser adaptado ao arqueiro e à sua fisionomia. Sobre se a modalidade tem o devido reconhecimento na região, Luís Rodrigues admite que não se trata de um desporto de massas, tendo poucos apoios e pouca visibilidade a nível nacional.
As características da modalidade, que se distingue por não exigir um elevado esforço físico, permitem em contrapartida a competição com pessoas de diferentes faixas etárias e capacidades motoras. O filho de Luís Rodrigues, Tomé Rodrigues, com 17 anos, natural de Santarém, integra a secção de Tiro com Arco do RCS desde que foi criada. A preferência do estudante de 11º ano recai sobre as provas no exterior, tais como as do campeonato de caça. O arqueiro explica que os exercícios de postura que são feitos nos treinos servem para melhorar a resistência, a força e a estabilidade corporal.
Rúben Leocádio, 15 anos, natural de Santarém, aluno de 10º ano, começou a treinar no final de 2022 através da sua mãe. Ambos competem no escalão júnior masculino BHR (bowhunter recurve). “É preciso ter muita concentração. Basicamente, quando estamos a atirar somos só nós, a flecha e o alvo. É preciso ter muita calma, postura e força no arco”, explica o jovem. As indicações e correcções de erros e a palavra de incentivo dadas pelo treinador Luís Rodrigues fazem parte da aprendizagem, diz o jovem.
A arbitrar a prova que decorreu em Santarém esteve Filipe Rodrigues, 21 anos, natural de Santarém, aluno de terceiro ano de Engenharia Física na Universidade de Aveiro. O estudante é colega de equipa de Tomé Rodrigues e Rúben Leocádio. Está na secção, tal como Tomé, desde o seu início. Chegou a integrar a secção de Tiro com Arco da Sociedade Filarmónica União Matense. “A postura [do arqueiro] é importante para minimizar os erros do disparo”, explica a O MIRANTE o jovem.
A prova realizada em Santarém no dia 28 de Janeiro teve 80 inscrições e a participação de onze clubes, entre eles a Juventude Ouriense, a União Desportiva e Recreativa da Zona Alta e a Academia de Esgrima Histórica. Apesar da reduzida assistência, não faltaram momentos de confraternização entre arqueiros e famílias. Francisco Camacho, presidente da direcção da Federação de Arqueiros e Besteiros de Portugal, marcou presença e participou de forma individual na prova.