Desporto | 25-02-2024 18:00

Estrela Verde de Constância continua a lutar para sobreviver à falta de apoios

Estrela Verde de Constância continua a lutar para sobreviver à falta de apoios
Vítor Lopes é o presidente do Clube Estrela, em Constância, e continua a lutar para não deixar morrer a colectividade

Vítor Lopes, presidente do Clube Estrela Verde, em Constância, continua a lutar para não deixar morrer uma das associações mais emblemáticas do concelho. Actualmente com 37 atletas na modalidade de patinagem o dirigente lamenta a falta de apoios e de interesse pelo associativismo local.

O gosto pelo desporto e pelo associativismo levou Vítor Lopes a integrar o Clube Estrela Verde, em Constância, quando se mudou para a vila. Em 2003 implementou a patinagem artística no clube por acreditar que havia pouca oferta na região na modalidade. A fase inicial foi um desafio, segundo explica a O MIRANTE. “Organizei uma demonstração de patinagem em Constância com dois clubes da região. No entanto, a adesão não foi boa. Quando tomei posse como presidente da direcção lancei a ideia para ver a aceitação. Felizmente foi bem aceite e arrancou com uma força extraordinária. Poucos meses depois tínhamos 30 atletas femininas e quatro masculinos e quase que fomos obrigados a registarmo-nos na federação”, conta.
Neste momento o clube tem 37 patinadores, mas já teve mais de meia centena. O mesmo cenário verificou-se no número de sócios. Com perto de duas centenas de sócios a colectividade já teve mais de meio milhar. Vítor Lopes atribuiu à falta de interesse da população local pelo associativismo como a principal causa da diminuição. “O bar onde realizamos a nossa conversa foi em tempos um ponto de encontro e de convívio entre várias pessoas e gerações. Agora está inactivo uma vez que os gastos de manutenção são elevadíssimos”, lamenta, sublinhando: “perdeu-se o interesse pelo convívio e vida associativa. As pessoas não têm tempo para dedicar à vida associativa e já nem procuram os espaços para conviver”, vinca.
O presidente da associação defende que o desporto e a cultura são complementos da educação dos jovens e as associações devem ser mais valorizadas. O Clube Estrela Verde conseguiu, nos últimos meses, um aumento do número de atletas, mas Vítor Lopes explica que é muito difícil manter muitos atletas no escalão sénior. “Temos atletas dos três anos até à idade sénior e alguns ficam como treinadores. Contudo, com o avançar da idade há um afastamento da modalidade. Na patinagem os ciclos duram entre cinco e dez anos, onde os atletas começam em crianças, atingem o auge e perto dos 18 anos, com a ida para a faculdade ou para o mercado de trabalho, acabam por abandonar”, afirma.
Além da patinagem, o clube conta com um grupo informal de cicloturismo do qual Vítor Lopes faz parte. O presidente da associação não traça objectivos futuros demasiado concretos, apenas afirma que manter a estabilidade financeira e continuar o trabalho desenvolvido são as grandes prioridades. “Estou perto do fim do meu mandato, ainda não sei se vou voltar a candidatar-me, mas uma coisa é certa; quero continuar a servir o clube para que não acabe. O que foi feito tem de ser mantido e não pode ser qualquer pessoa a liderar os destinos desta associação”, sublinha.

Relações conturbadas com a Câmara de Constância

O Clube Estrela Verde é uma marca do associativismo em Constância desde 1975. No entanto, as dificuldades em manter a associação em actividade são cada vez maiores e a direcção tem-se queixado várias vezes da falta apoio por parte da câmara municipal. Em 2021, numa conversa com O MIRANTE, o presidente Vítor Lopes lamentava o distanciamento entre a associação e o município. Teatro, atletismo, grupos musicais, pesca, futebol de salão e grupo folclórico foram algumas das secções que ali desenvolveram actividade e que estão extintas.

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