Juventude da Castanheira salda dívidas e aposta no futebol feminino
Clube de Castanheira do Ribatejo arrancou esta época com duas equipas de futebol feminino e o objectivo é continuar a crescer. Nova direcção quer ainda reactivar o futsal de formação e manter as contas em dia.
O Juventude da Castanheira (JC) arrancou esta época com o futebol feminino. A nova direcção do clube de Castanheira do Ribatejo estabeleceu parceria com uma academia, que apresentou o projecto, e que já tinha treinadores e experiência na modalidade. A parceria entretanto acabou mas o clube vai manter as duas equipas de sub-13 e sub-15 com outra equipa técnica que vai entrar em funções na nova época. As equipas estão a disputar os campeonatos da Associação de Futebol de Lisboa. O projecto começou com seis jogadoras e actualmente já são 26. Destas, duas ou três atletas vão subir aos juvenis.
Beatriz Galvanito, 14 anos, conta a O MIRANTE que começou a jogar futebol no Juventude da Castanheira mas já jogava na escola com os amigos. Mesmo que os rapazes não gostem, ela joga na mesma. Os pais levam-na duas vezes por semana aos treinos onde joga a extremo-esquerdo ou direito e às vezes como ponta-de-lança. Tem como referências duas jogadoras do Benfica, Jéssica Silva e Kika Nazareth. Desde Setembro que Carolina Branco, 12 anos, joga no Juventude da Castanheira. A defesa lateral sempre gostou de futebol e gostava de tentar jogar profissionalmente. Hugo Ralha, director desportivo para o futebol e futsal, avança que vão abrir captações de jogadoras. Mas para já o objectivo é manter as duas equipas actuais. “Faço gestão de 11 equipas de competição e faço a ponte entre as equipas técnicas e a direcção. 80% dos atletas são do futebol. Mas vamos reactivar a formação de futsal na próxima época desportiva”, diz.
Clube pagou as dívidas
O Juventude da Castanheira movimenta cerca de 320 atletas entre as modalidades de futebol, futsal, taekwondo e ginástica acrobática. O clube tem uma parceria com o padel, faz alugueres do pavilhão e do campo de futebol e recebe uma avença das bombas de combustível para rentabilizar as receitas ao máximo.
O recém-eleito presidente, Miguel Rotena, vive em Castanheira do Ribatejo há 40 anos e fez parte do clube no passado. Com 28 anos era director desportivo dos seniores em futsal. Os filhos também jogaram ali à bola. “Quis ser presidente para encontrar pessoas que dessem continuidade ao projecto que começou há quatro épocas. Quando cheguei estávamos numa situação financeira complicada e não tínhamos juniores nem juvenis no futebol 11. Foi começar a trabalhar do zero”, disse o presidente da direcção.
Tal como outros clubes, o Juventude da Castanheira tem falta de pessoas disponíveis 360 dias por ano. Os outros cinco em que o JC está fechado são no Natal, Ano Novo e outros feriados. Sem funcionários a tempo inteiro a instituição vive dos voluntários. “A anterior direcção conseguiu evitar que o clube fechasse portas. O pavilhão não é nosso, é municipal, mas temos usufruto até existirmos. As dívidas à Lisboa Gás, EDP, Associação de Futebol de Lisboa e policiamento de jogos estão todas saldadas. Não temos dívidas e o único empréstimo que temos foi para aquisição de uma viatura”.