Pedro Oliveira assume liderança do Núcleo de Andebol de Samora Correia com ambições elevadas
O Núcleo de Andebol de Samora Correia celebra uma temporada histórica com conquistas nacionais em sub-18 e sub-16. O clube destaca-se no andebol, enfrentando desafios como captação de jovens e a falta de infraestruturas que acompanhem a evolução. Com nova liderança, o foco permanece na formação e especialização, mas regressa a equipa sénior.
O Núcleo de Andebol de Samora Correia (NASC) está ainda a celebrar uma temporada excepcional, destacando-se no panorama nacional do andebol. A conquista do título nacional em sub-18 e o vice-campeonato em sub-16 são frutos de um projecto que começou a dar resultados desde 2017, como explica Norberto Cordeiro, coordenador técnico do NASC. “Desde então, estamos no top 4 nacional em um ou dois escalões. Este foi, sem dúvida, o nosso melhor ano”, afirma o dirigente, salientando que o clube é o único da Associação de Andebol de Santarém com títulos máximos nacionais.
A captação de jovens é um desafio constante, especialmente num país onde o futebol predomina. Norberto Cordeiro destaca a importância do trabalho nas escolas e centros de estudos. “Às vezes conseguimos 10 ou 15 crianças e ficamos contentes porque sabemos o quanto é difícil. Esperamos no próximo ano lectivo, que começa em Setembro, aumentar esse trabalho de captação, até porque este ano não conseguimos fazer”, explica o coordenador técnico.
As infraestruturas são outro desafio. Com apenas um pavilhão disponível, muitas equipas são obrigadas a treinar a meio campo, o que compromete o desenvolvimento técnico e táctico. Norberto Cordeiro aponta a necessidade de mais espaços para treinos e jogos: “O ideal era termos mais um pavilhão ao dispor. Treinamos muitos escalões a meio campo, o que atrapalha a nível táctico e técnico, porque o andebol é um desporto muito rápido”.
António Madaleno, presidente cessante do NASC, reconhece o apoio da câmara municipal, mas sublinha a urgência de um novo pavilhão. “Estamos constantemente a aguardar e está nos horizontes do município fazer esse investimento, mas não sabemos quando é que vai estar pronto o pavilhão inserido na futura escola secundária de Samora Correia”, afirma o ex-presidente. Com mais de 250 sócios e, sobretudo, mais de 100 atletas divididos por seis escalões, a necessidade de infraestruturas adequadas é cada vez mais premente.
A ambição de ter uma equipa sénior estável e competitiva
António Madaleno, que liderou o NASC nos últimos 10 anos, deixou a presidência, mas mantém-se confiante no futuro do clube. “A minha saída e de alguns elementos da direcção ocorre numa altura em que estávamos ligados ao clube há mais de 10 anos. É uma mudança inevitável, mas o objectivo continua a ser o mesmo”, declara o presidente cessante. A nova direcção “dará continuidade” ao trabalho desenvolvido e o sucesso alcançado “deve-se ao empenho de todas as pessoas envolvidas” no clube.
Pedro Oliveira, o novo presidente do NASC, reafirma o compromisso do clube em manter o foco exclusivo no andebol. “Não faz sentido abrir a outras modalidades. Estamos a especializar-nos cada vez mais”, afirma o actual líder. A formação continua a ser a prioridade, com a esperança de que, num futuro próximo, o clube se torne também uma referência nos seniores.
A equipa sénior do NASC, que entrará em campo na temporada 2024/25, será composta por atletas dos sub-18, sub-20 e alguns que jogaram na última equipa sénior em 2022/23. “Teremos uma equipa entre 20 a 26 atletas”, revela Pedro Oliveira. Esta será uma oportunidade para os jovens que chegam ao fim dos escalões de formação poderem continuar a jogar no clube, mantendo uma ligação e um objectivo dentro do NASC. “Aquilo que não faz sentido é sermos um clube de formação de topo e depois não termos os seniores”, afirma Pedro Oliveira, destacando a importância de ter uma equipa sénior estável, competitiva e sem interrupções.