Cassilda Carvalho: a triatleta do Entroncamento que trabalha para chegar aos Jogos Olímpicos
Cassilda Carvalho, atleta de 18 anos do Entroncamento, já conquistou vários campeonatos nacionais e pódios em provas europeias e mundiais. A atleta da Escola de Triatlo do Sport Lisboa e Benfica tem como grande ambição chegar aos Jogos Olímpicos. A capacidade de superar os seus limites é uma das suas principais armas, refere em conversa com O MIRANTE.
Cassilda Carvalho é do Entroncamento, tem 18 anos, e é atleta na Escola de Triatlo do Benfica. Em conversa com O MIRANTE, não esconde que o seu maior desejo e ambição é chegar aos Jogos Olímpicos. A atleta já foi vice-campeã da Europa pelo Benfica, conta com vários títulos de campeã nacional e dois terceiros lugares, um no campeonato do mundo de aquatlo e outro na taça da europa. Já competiu em vários países, como Espanha, Itália, Eslovénia, Hungria e Áustria, tendo vivido alguns episódios caricatos. “Na Hungria a mala de mão, com a minha roupa, não chegou a tempo e tive de ir comprar outra. Na Eslovénia a bicicleta chegou apenas um dia antes da prova e são momentos de muito stress e nervos, porque não temos culpa nem controlo sobre a situação, mas, felizmente, correu bem e até consegui trazer uma medalha” conta, com um sorriso.
A modalidade tem um elevado nível de exigência física e mental, mas Cassilda Carvalho garante que a capacidade que tem de superar os seus próprios limites é uma das características que lhe dá mais motivação para continuar a treinar diariamente. “Pensarmos que temos de ir correr, nadar e pedalar, tudo de seguida, é algo que nos leva a desafiar a nós próprios e perceber até onde podemos ir. É preciso muito sacrifício e controlo mental”, afirma, acrescentando: “há dias que estamos mais cansados pelo acumular dos estudos e dos treinos, mas é aí que temos de ter forças para treinar na mesma”, revela.
O percurso desportivo de Cassilda Carvalho começou ainda em criança. Aos sete anos, a convite de um amigo, foi experimentar natação e nunca mais parou. “Foi engraçado porque quando ele me convidou, até estava um dia de chuva e os pais dele até pensaram que eu não iria ao treino, mas mesmo a chover fui, gostei imenso e dediquei-me até agora ao triatlo”, conta. Com o 12º ano em Ciências e Tecnologias concluído, Cassilda Carvalho pretende agora ingressar no Ensino Superior na área de Gestão do Desporto. Treina todos os dias, cerca de três a quatro horas. Com uma carga de treinos tão exigente, explica que nem sempre é fácil conciliar a vida pessoal, desportiva e de estudante. “Até às 18h00 dedico-me às aulas e aos estudos e depois é foco total no treino. Por vezes ainda estudo antes de dormir, mas outras vezes vou logo descansar e acordo mais cedo no dia seguinte para estar mais fresca”, explica.
Motivação, confiança e força de vontade são outras das características que faz de um atleta um campeão, afirma. Em Outubro vai participar no Campeonato do Mundo. “Estou há quase um ano sem férias dos treinos. Depois de Outubro vou aproveitar para recuperar mais, porque o ano passado apenas tive férias em Setembro e uma semana na viagem de finalistas, mas até aí fui treinar e correr sempre que podia”, conta, com um sorriso.
Confiante nesta geração de jovens atletas, afirma que ainda há elementos suficientes para ir renovando as gerações. No entanto, Cassilda Carvalho lamenta que ainda haja uma grande franja de atletas, sobretudo mulheres, a desistir antes do tempo. “No campeonato da Europa eramos seis raparigas. A partir dos 15 e 16 anos começam a pensar mais nos estudos para conseguir entrar na faculdade e depois na vida académica e no ensino superior, começam a ter mais vida social e quando tentam regressar o ritmo a preparação já não é a mesma” lamenta, acrescentando que os custos da modalidade e a falta de tempo para os treinos podem também ser obstáculos à entrada de novos atletas.