Desporto | 04-09-2024 07:00

Sandro Tordo treina atletas em Cheganças e diz que ganhar medalhas é bom para conquistar apoios

Sandro Tordo treina atletas em Cheganças e diz que ganhar medalhas é bom para conquistar apoios
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Sociedade Recreativa de Cheganças tem ringue onde praticam atletas de KickBoxing e Muay Thai

Na Sociedade Recreativa de Cheganças, o treinador Sandro Tordo dedica-se a formar campeões de kickboxing e Muay Thai e a promover a inclusão no desporto. Com uma carreira marcada pela paixão pelas artes marciais, lidera atletas de todas as idades, ensinando-os a dar o melhor dentro e fora do ringue, sempre com respeito pelo adversário.

Sandro Tordo, 52 anos, treina Muay Thay a cerca de 60 atletas na Sociedade Recreativa de Cheganças (SRC), em Alenquer. Começou a praticar artes marciais na infância e actualmente concilia o trabalho de técnico de telecomunicações com o de treinador e árbitro. É presidente da Sociedade Recreativa de Cheganças e às suas custas construiu um ginásio de raiz para dar treinos e preparar os atletas para as competições. No piso de cima da colectividade dá aulas de Kickboxing e Muay Thai em turmas divididas por idades. A maioria dos pais dos atletas assiste aos treinos sem dar palpites e com respeito. Disciplina e regras são incutidas aos jovens, mas também se ensina a respeitar o adversário quer se perca ou ganhe um combate.
Antigamente a maioria dos praticantes das duas modalidades eram do sexo masculino. Mulheres a praticar contavam-se pelos dedos até porque era um desporto conotado com o pessoal da noite e mais violento. Uma mentalidade que mudou e hoje os praticantes estão bastante equilibrados entre homens e mulheres, sublinha a O MIRANTE.

Colectividade aposta na inclusão
Pela sua mão já foram formados campeões de várias idades. Os atletas medalhados têm apoios financeiros para participar nos campeonatos do mundo e os que não têm medalhas, mesmo que sejam seleccionados, têm de arcar com as despesas ou arranjar patrocínios. Em Cheganças, os atletas começam a ser preparados um mês antes dos campeonatos nacionais, incidindo os treinos na modalidade em que se vai competir. Os atletas já estão a treinar para o Campeonato Nacional de Muay Thai, que vai decorrer em Alenquer, em Outubro, e que é organizado pela SRC com o apoio da câmara e da Federação Portuguesa de Kickboxing e Muay Thai.
Os treinadores têm a responsabilidade de preparar os atletas para cumprir ordens quando estas são dadas pelos seleccionadores. A federação internacional de Muay Thai tem os objectivos bem definidos e neste momento está a trabalhar para que o Muay Thai se torne numa modalidade olímpica. A aposta é também no desporto adaptado e em Cheganças já se trabalha para a inclusão. “Tenho aqui alunos de desporto adaptado, com trissomia e atrasos cognitivos. São miúdos que se esforçam bastante e têm o direito a praticar”, vinca.

Atletas trabalham para o ouro
Nos campeonatos o treinador não gosta de traçar objectivos. A premissa é dar sempre o melhor e se possível chegar às medalhas para garantir algum apoio sem ter de andar sempre a pedir ajuda monetária.
Sandro Tordo não trabalha para o K.O. nos combates, mas sim para que os atletas marquem pontos. Uma das atletas promissoras da colectividade, que já dá aulas, é Matilde Rodrigues, 20 anos. Quando participa em campeonatos os treinos são bi-diários. Treina às 06h00, vai para a faculdade, e ao fim do dia volta a treinar. Sandro Tordo treinou Matilde Rodrigues para os jogos europeus no ano em que conquistou a medalha de prata. Mas a atleta, que quer seguir nutrição desportiva, ambiciona o ouro. “Eu quero uma medalha de ouro. Fico orgulhosa das que tenho mas sinto que falta qualquer coisa. Cada vez que tenho um campeonato trabalho para o ouro”, diz a O MIRANTE.
Na altura das provas os atletas têm de regrar a alimentação porque precisam de ter o peso adaptado à categoria que vão combater. José Cardoso, 17 anos, treina há três anos e começou porque queria aprender a lutar. Foi duas vezes campeão nacional de kickboxing e uma vez de Muay Thay. Este ano vai entrar para a faculdade para ingressar no curso de Marketing e Publicidade. O irmão, Santiago Cardoso, 8 anos, também treina e diverte-se. Ao lado, Constança Cardoso, 9 anos, experimentou a modalidade influenciada pelas amigas e ficou.
Com 13 anos, Rita Pires é praticante há ano e meio. Os pais levaram-na a experimentar a modalidade dado que tem muita energia para gastar. Agora ambiciona conquistar uma medalha de ouro.

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