Desporto | 09-10-2024 18:00

João Henriques: um treinador de futebol vive em constante sobressalto

João Henriques: um treinador de futebol vive em constante sobressalto
João Henriques

Depois de ter estado na Eslovénia no ano passado, João Henriques aguarda agora a proposta certa para voltar ao trabalho como treinador de futebol profissional. O MIRANTE falou com o técnico de Tomar aproveitando a sua participação na sessão do Congresso do Desporto que se realizou na sua cidade natal.

O treinador de futebol João Henriques, 51 anos, natural de Tomar, está actualmente inactivo e à espera de propostas. O técnico aguarda o regresso ao trabalho depois de ter estado a trabalhar na Eslovénia na época passada. João Henriques esteve recentemente na cidade natal para participar no Congresso do Desporto, tendo sido um dos oradores no debate sobre “Desporto como Profissão”. O MIRANTE aproveitou a ocasião para falar com João Henriques sobre uma profissão aliciante mas onde a estabilidade não existe.
O treinador natural de Tomar referiu a O MIRANTE que esta foi a profissão que escolheu e, como tal, tenta não pensar nos aspectos negativos do trabalho, mas sim nos positivos. “Faz parte desta profissão nós estarmos sempre dependentes dos resultados e vivermos em constante sobressalto relativamente à estabilidade. Nunca será nem nunca foi um emprego e uma profissão que nos dê a garantia de estabilidade”, confessa. João Henriques assume que já sabia os riscos que corria ao enveredar por este caminho, mas garante que o mais importante é usufruir do prazer de estar envolvido na profissão com que sempre sonhou.
O trabalho como treinador não é fácil, implica estar fora durante longos períodos, e isso acaba por ter impacto no seio familiar. João Henriques garante, no entanto, que a família já está habituada à sua profissão. “Quando as minhas filhas nasceram já eu era treinador de futebol. É uma rotina grande que elas já têm, já foram muitos anos a acompanhar esta vida. Com a minha mulher é igual, já estão muito habituadas a estas rotinas”, explica.
João Henriques confessa que estar fora, no estrangeiro, tem o seu lado negativo, de não poder acompanhar totalmente o crescimento das suas filhas, mas ao mesmo tempo refere que isso também permitiu que elas tivessem a oportunidade de ir a locais que de outra forma talvez não conseguissem. Assume ainda que a sua família sente um grande orgulho sempre que as coisas correm muito bem, mas que também está preparada para quando as coisas correm menos bem, não encarando isso de uma forma depreciativa, mas sim como algo que faz parte do processo de ser treinador.

O adeus às aulas
João Henriques está actualmente sem trabalho, mas garante que já recebeu alguns convites esta época, que não se concretizaram devido a “detalhes”, porque, segundo o próprio, não era o momento certo nem o projecto certo para continuar. O treinador aguarda agora que chegue uma proposta condizente com aquilo que pretende para a sua carreira.
Durante muitos anos, João Henriques teve que conciliar o seu trabalho como treinador com outros empregos, foi professor de Educação Física, deu cursos de formação, foi treinador de formação e treinador de equipas seniores amadoras: “Isto tudo junto formava um rendimento, hoje em dia o rendimento principal e exclusivo é de ser treinador profissional de futebol”, revela. O técnico explica que só é possível viver exclusivamente dos rendimentos como treinador quando se está no topo da carreira, apontando como essencial ir amealhando dinheiro, para salvaguardar períodos em que não se está no activo.
Por fim, O MIRANTE tentou perceber se João Henriques pondera regressar à escola como professor de Educação Física, profissão que exerceu há alguns anos atrás, ao qual o treinador respondeu: “já estou há sete ou oito anos sem estar na escola, nem faço concurso algum, eu era professor efectivo, deixei, porque a minha profissão mudou”.

Uma carreira longa que começou no distrital de Santarém

João Henriques conhece bem o distrital de Santarém, pois foi aí que se estreou como técnico de futebol sénior ao serviço do Assentis, em 2003/2004. Passou depois pelo Atlético Riachense, CD Torres Novas, União de Almeirim e CD Fátima, Leixões e Paços de Ferreira, Santa Clara, Vitória de Guimarães, Moreirense, Marítimo e Olimpija Ljubljana. Pelo meio teve ainda experiências como treinador adjunto na Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos.

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