Desporto | 23-10-2024 14:42

GD Marinhais diz-se injustiçado mas não abandona 2ª divisão distrital

GD Marinhais diz-se injustiçado mas não abandona 2ª divisão distrital

Marinhais e Paço dos Negros foram castigados com uma multa de 250 euros cada e um jogo à porta fechada, devido a alegados desacatos num jogo a contar para a 2ª divisão distrital de futebol. Clube de Marinhais sente-se injustiçado e ponderou abandonar o campeonato.

Cerca de 20 sócios marcaram presença na noite de segunda-feira, 21 de Outubro, na reunião convocada pelo Grupo Desportivo de Marinhais para discutir a continuidade da equipa sénior de futebol no campeonato da 2ª divisão distrital de Santarém. O clube sente-se injustiçado pelos castigos da Associação de Futebol de Santarém (AFS) resultantes do jogo contra o Paço dos Negros (250 euros de multa e jogo à porta fechada, em data a definir) e ponderou abandonar a competição, mas os sócios pediram à direcção para a equipa continuar e, inclusive, disponibilizaram-se para ajudar a pagar a multa.
O presidente do clube, José Apolinário, revelou a O MIRANTE que o GD Marinhais irá recorrer da decisão tomada pelo Conselho de Disciplina da AFS, com base nos relatórios do árbitro e da GNR. Recorde-se que o último jogo do Marinhais frente ao União de Santarém B já contou com policiamento obrigatório, despesa a cargo do clube.
O Conselho de Disciplina da AFS decretou que o GD Marinhais e o ADCR de Paço dos Negros sejam multados em 250 euros cada e um jogo à porta fechada por causa dos acontecimentos da 1ª jornada. Foi ainda aplicado um processo disciplinar a um jogador de Paço dos Negros por alegados insultos racistas, com suspensão preventiva do atleta.
Os desacatos começaram após o segundo golo do GD Marinhais aos 83 minutos, marcado por um jogador de origem cabo-verdiana, a quem terão sido dirigidos insultos racistas. A equipa de arbitragem recusou-se a reiniciar a partida sem a presença da GNR e a interrupção foi prolongada. Aquando da chegada da GNR ao campo de Paço dos Negros, a situação já estava mais calma. Ninguém foi identificado nem houve queixas no posto, esclareceu O MIRANTE junto da GNR. O Marinhais venceu por 1-2.
Marinhais diz-se injustiçado e Paço dos Negros nega acusações
O GD Marinhais considera que a AFS tratou o clube como “culpado” numa situação onde não teve “qualquer responsabilidade”, acrescentando que “nos poucos encontros oficiais já realizados em todos os escalões esta época, nas nossas instalações, não se registaram quaisquer episódios do género”.
O Paços dos Negros também emitiu um comunicado nas redes sociais, revelando que vai recorrer das decisões tomadas pelo Conselho de Disciplina. “A ADCR Paço dos Negros juntará todos os meios de prova, incluindo o relatório da GNR, para defender o clube desta acusação”, escreve, desmentindo que tenha havido desacatos nas bancadas. O clube manifestou-se também em defesa do seu atleta castigado, descrevendo-o como “um atleta correcto em todas as equipas que passou, não sendo por isso reincidente”, reconhecendo no entanto que “teve uma expressão menos feliz, mas nunca com intenção de julgamento, racismo ou qualquer outro tipo de agressão verbal”.

O presidente da AFS, Francisco Jerónimo, explica a O MIRANTE que a comissão de risco, composta por forças policiais e elementos da AFS, reúne todas as semanas para avaliar os jogos da semana anterior e projectar os próximos. Todos os jogos funcionam com segurança, garante Francisco Jerónimo, seja através de policiamento ou seguranças credenciados da responsabilidade do clube e inscritos na associação. Mesmo que não haja antecedentes do clube, se a comissão de risco entender, é obrigatório haver policiamento nos jogos.


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