Desporto | 01-11-2024 21:00

Uma academia que transforma vidas através da dança

Uma academia que transforma vidas através da dança
Filipe Santos criou a escola de dança Phil’s Place, em Santarém, frequentada por 300 alunos

Com mais de 300 alunos, a Phil’s Place combina saúde e diversão, enquanto prepara dançarinos para competições nacionais e internacionais, promovendo a dança como terapia e prática social para todas as idades.

Foi em Setembro de 2020 que Filipe Santos criou a escola de dança Phil´s Place em Santarém, que se agregou ao ainda activo Clube de Dança de Rio Maior. A academia surgiu para revitalizar o cenário das danças de salão e hoje a associação é uma referência com cerca de 300 alunos de diferentes nacionalidades e a missão de promover a felicidade e um estilo de vida saudável.
Filipe Santos, presidente da associação, alega que começaram a perceber que, com a situação da pandemia e as regras impostas, fez com que muitas pessoas desistissem das danças de salão. “Foi uma grande quebra porque tínhamos cerca de 50 dançarinos e no final da pandemia tínhamos 30”, revela em conversa com O MIRANTE. Apesar das mudanças e do desafio em conseguir um novo espaço, o também director artístico mantém-se fiel à Associação de Dança Desportiva de Tremês (ADDT), a base da Phil’s Place Santarém. A academia conta com alunos desde os três aos 91 anos, com a média a compreender os 10 e os 16 anos. Filipe Santos acredita que não são apenas os mais jovens que podem dançar, até porque a academia possui um clube sénior de onde os alunos “saem completamente revitalizados e a atenção e energia que a música e a dança causam são muito necessárias para eles”.
A dançar no rancho folclórico da Romeira aos sete anos de idade, Filipe Santos sempre quis seguir as danças de salão. Com um dom para ensinar, sempre teve o desejo de ter um projecto que fosse “a sua casa” e que pudesse fazer dele aquilo que gostava que crianças da idade dele na altura pudessem ter, que é o experimentar diversos estilos de dança. Com o olhar no futuro, Filipe Santos deseja ampliar ainda mais o projecto, com o objectivo de alcançar 500 alunos nos próximos dois anos, além de criar uma companhia de dança profissional que possa representar a Phil’s Place em competições e espectáculos. Em apenas quatro anos, a Phil’s Place tornou-se, para todos os que a frequentam, muito mais do que uma escola de dança – “é um espaço de inclusão, saúde e transformação pessoal”, vinca. O director da academia garante que “é o concretizar de um sonho porque estou a criar a oportunidade e a abrir portas para outras pessoas que têm o mesmo sonho, e apesar dos estigmas associados à profissão e de não ser uma vida estável, sou uma pessoa de lutar e procurar as situações”, sublinha.
Na Phil’s Place, os treinos para competições são cuidadosamente estruturados em três áreas: treino físico, técnico e de performance. Com uma rotina de competições nacionais todos os meses, e a preparação para eventos internacionais, como o próximo Campeonato do Mundo em Assen, Países Baixos, o foco está em aperfeiçoar cada detalhe. Para os treinos e competições, a academia oferece quatro áreas distintas, incluindo a área de dança competitiva como as danças de salão; a área para crianças desde os mais pequenos até aos 18 anos, com uma componente de ensinar a dançar e a brincar; a área com estilos de dança social desde a valsa o tango e o samba e ao rumba e por fim a área que junta pilates, yoga e um treino personalizado no campo da saúde.

Faltam espaços para espectáculos
Para Filipe Santos um dos maiores desafios ao longo dos anos foi garantir um espaço adequado para as actividades da academia, enfrentando dificuldades financeiras e burocráticas. Destaca a disparidade nos apoios concedidos às organizações desportivas, comparando os subsídios da academia com os de outras modalidades, como o futebol. “Um campo de futebol onde dão 375 mil euros para a iluminação e a seguir dão-nos cinco mil euros para as obras que não representam nem 3% das obras que foram feitas neste espaço é muito injusto”. O dirigente artístico afirma que fazer um espectáculo no CNEMA tem um custo de três mil euros, mas que não há nenhum outro espaço em Santarém para fazer um espectáculo daquela dimensão.

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