Desporto | 12-11-2024 18:00

O jovem piloto da Barrosa que supera os limites em moto-quatro

O jovem piloto da Barrosa que supera os limites em moto-quatro
Bernardo Conceição vive no concelho de Benavente e tem-se destacado em diversas competições de resistência de todo-o-terreno

Bernardo Conceição evolui de dia para dia, acumula vitórias e desafia os pilotos mais velhos nas pistas nacionais de moto-quatro. O talento do jovem da Barrosa, que quer seguir Gestão, conta com forte apoio do pai, que é também treinador e mecânico.

Com apenas 15 anos, Bernardo Conceição desafia os limites da competição em moto-quatro, onde, além de superar obstáculos, tem vindo a consolidar um lugar de destaque no desporto motorizado. O jovem piloto, natural da Barrosa, concelho de Benavente, iniciou-se na competição aos 12 anos e já tem um percurso repleto de conquistas, ao comando da sua Yamaha Raptor 250, que lhe tem valido troféus e o reconhecimento dos seus pares.
Com uma combinação de adrenalina, destreza e foco, Bernardo Conceição destaca-se pela condução “segura e precisa”, como nos conta quando lhe pedimos para definir os seus atributos que já lhe permitiram vencer, este ano, o Troféu Yamaha, na categoria Fun Moto 4. “Subi de escalão, onde deixou de haver limite de idade. Todos os pilotos tinham mais de 18 anos, eu era o mais novo e, mesmo não conseguindo ganhar todas as provas, acabei em primeiro lugar com 85 pontos”, refere. Pegões, Rio Maior, Torres Vedras e Évora foram as localidades por onde passou a 19.ª edição do Troféu Yamaha.
Na prova de resistência de todo-o-terreno X-Trophy, este ano, segue no primeiro lugar, porém, faltam ainda duas das quatro provas. Há poucas semanas o bi-campeão do mundo em moto-quatro, na classe iniciados, participou na Mini Baja de Portalegre, na categoria Quad, depois de já ter corrido na Mini Baja do Raid TT Ferraria, onde a adrenalina de competir num percurso desconhecido é um desafio adicional. “Não são mais exigentes, mas é um conceito diferente, com muitos quilómetros, e vou à descoberta”. A condução na chuva, no entanto, não é a sua favorita. “É muito mais difícil, especialmente quando há poças”, admite.
Apesar das exigências da competição, Bernardo Conceição revela que, para já, tem conseguido conciliar a paixão pelas motas com o 10.º ano de escolaridade na área de Ciências. Com um objectivo claro de seguir os estudos superiores no curso de Gestão, vê a preparação física e a disciplina como fundamentais para alcançar um bom desempenho, mesmo que o desporto exija, além de tempo, “muito dinheiro”. Apoiado pelo pai, Gabriel Conceição, que é ao mesmo tempo treinador e mecânico, e alguns patrocinadores, incluindo empresas, associações e autarquias, o jovem piloto reconhece que o caminho não é fácil, mas que vale a pena. “As ajudas são poucas, mas a família e os patrocinadores têm sido uma grande força”, sublinha.

Uma paixão que passou de pai para filho
O apoio do pai é essencial. “Ele é uma grande ajuda, especialmente nas peças, que são caras, e na mão-de-obra, pois ele é quem desmonta e monta toda a mecânica da moto. Ele é camionista, mas sempre foi muito curioso e acompanha-me sempre”, conta. O adolescente diz ainda que foi o pai que teve a ideia de lhe oferecer uma mota. “Ele também anda de mota desde novo e quis transmitir-me esse gosto. Tomei o gosto desde essa altura”, revela.
Quando o fim-de-semana de competição coincide com testes escolares, a gestão do tempo torna-se essencial. “Com uma boa organização consegue-se”, refere Bernardo Conceição, que se prepara para as provas com treinos no ginásio focados na força do tronco e dos membros superiores, necessários para a exigente condução da moto-quatro. “Não faço uma preparação minuciosa, mas, na semana anterior às provas, aplico-me um pouco mais no treino físico”, acrescenta.
No que considera um desporto de persistência, Bernardo Conceição continua a treinar sempre que possível, ainda que reconheça as dificuldades para praticar perto de casa. “Aqui à volta da Barrosa não há muitas pistas para moto-quatro. É mais para as duas rodas, mas vai-se conseguindo”, refere. A viver desde sempre na Barrosa, o jovem descreve a localidade como um refúgio de “calma e segurança”, onde passa o tempo livre a sair com os amigos ou no computador. No entanto, a verdadeira paixão é a mota, com a qual encara cada pista como um novo desafio. “Durante as corridas, o público também ajuda, ouvimos os incentivos que vêm de fora e é sempre uma motivação extra”, conclui.

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