Desporto | 18-11-2024 18:00

A equipa feminina de Foros de Salvaterra que conquistou a Taça de Portugal de setas

A equipa feminina de Foros de Salvaterra que conquistou a Taça de Portugal de setas
Equipa Lagoa Woman's, de Foros de Salvaterra, venceu a Taça de Portugal de setas

De pulso firme e pontaria certeira, foi assim que a equipa Lagoa Woman’s, do Café Lagoa, em Foros de Salvaterra, conquistou a primeira Taça de Portugal para a Associação de Setas do Ribatejo. Tânia Boleeiro, Teresa Moreira, Milene Mendes, Inês Teixeira, Vânia Ramalho e Oriana Ribeiro estiveram à conversa com O MIRANTE numa noite de setas.

A equipa feminina Lagoa Woman’s, do Café Lagoa, em Foros de Salvaterra, venceu a Taça de Portugal de setas de sisal, um dos poucos títulos que faltavam à Associação de Setas do Ribatejo, e mais recentemente subiu ao terceiro lugar do pódio nas finais nacionais de equipas femininas em Albufeira. O MIRANTE foi conhecer a equipa composta por Tânia Boleeiro, Teresa Moreira, Milene Mendes, Inês Teixeira, Vânia Ramalho e Oriana Ribeiro, com idades entre os 30 e os 50 anos e profissões distintas: empregada de café, esteticista, consultora imobiliária, técnica de laboratório e trabalhadora numa empresa de rótulos e etiquetas.
Há 15 ou 16 anos que se joga setas no Café Lagoa, um estabelecimento que conjuga café, restaurante, marisqueira e salão de jogos com snooker, matraquilhos e, em tempos, flippers. O café fez parte da infância e adolescência de muitos habitantes que ali se juntavam antes dos passeios de mota e acabavam por ficar pelo convívio. Tânia Boleeiro é filha dos donos e desde os três anos que o café é a sua segunda casa, embora ainda tenha ido para a universidade estudar Gestão Hoteleira. Conta que no princípio os pais mostraram alguma relutância em que houvesse setas no café, porque os jogos acabavam muito tarde e a mãe sempre abriu o café cedo. Com o tempo foram-se habituando e hoje são os primeiros a apoiar e motivar a equipa.
Tânia Boleeiro ficava até mais tarde para fechar o café e de tanta “seca” que apanhou começou a atirar setas, havendo actualmente três equipas com seis elementos, sendo a Lagoa Woman’s a única equipa feminina da associação. Já conhecia Milene, mas foi através das setas que a relação se intensificou. Mais tarde, Milene convidou Inês, que conheceu no café a jogar setas de máquina: “achei que tinha bastante potencial pela convicção com que jogava. Falei com a Tânia e ela veio experimentar”. E assim nasceu a equipa.
Tânia explica que “havia muitas pessoas a jogar setas de máquina nos cafés, por brincadeira”, como Teresa Moreira, na Fajarda, mais o companheiro, ou Vânia Ramalho junto à Barragem de Magos, que já tem dois filhos juniores a jogar na associação. Quem jogava a sério ia aos cafés fazer demonstrações e incentivar a criação de equipas, na altura em que “eram cinco homens para uma mulher”.
Actualmente, segundo regulamento em vigor, as equipas femininas são formadas no máximo por seis elementos, sendo que apenas quatro são titulares. Sempre que haja campeonato feminino joga-se à melhor de três à imagem das finais nacionais. Se as equipas femininas jogarem no mesmo campeonato que as masculinas os jogos realizam-se à melhor de cinco. Os elementos femininos podem jogar nas equipas masculinas, mas nas finais nacionais não se podem fazer representar em equipas femininas ou no jogador mais pontuado feminino.

Mulheres ainda se sentem discriminadas
Embora tenha havido uma tentativa de incluir as mulheres na modalidade, são as mulheres quem têm menos tempo para tirar proveito do desporto e do convívio devido à responsabilidade da casa e dos filhos, reconhecem, adiantando que sentem alguma discriminação nos prémios monetários, que “chegam a ser o dobro ou o triplo nos homens”, e na vertente de máquina onde “quase todos os operadores acabaram com a categoria feminina”.
Na Lagoa Woman’s existem objectivos individuais e colectivos e a equipa contará com uma nova jogadora na próxima época. Há ainda a tentativa de tornar o desporto mais profissional com as finais nacionais a serem realizadas em hotéis, como foi o caso mais recente de Albufeira, em alternativa aos pavilhões. “Com a evolução perdeu-se um bocado a essência, mas não é muito mau porque quando comecei a jogar iam com o cigarro na boca”, argumenta Teresa Moreira, campeã nacional jogadora mais pontuada, destacando a evolução para os marcadores electrónicos.

Últimos resultados da associação

De destacar também na última competição os campeões nacionais pares masculinos Ruben Ferreira e Tiago Franco, o campeão nacional juniores masculinos sub-15 Afonso Ramalho, os vice-campeões nacionais equipas master masculinos Camarnal A e o terceiro classificado individuais masculinos João Tomás.

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