Desporto | 17-01-2025 21:00

O triatleta de Torres Novas que fez história nos Jogos Olímpicos

O triatleta de Torres Novas que fez história nos Jogos Olímpicos
O triatleta Ricardo Batista (direita) com o treinador do Clube de Natação de Torres Novas, Paulo Antunes

Ricardo Batista iniciou-se no triatlo aos 12 anos e aos 23 regressou dos Jogos Olímpicos de Paris com dois diplomas. Em Los Angeles quer fazer melhor. Diz que o grande problema do desporto é não haver apoio na formação.

Diz que o grande problema do desporto em Portugal é não haver apoio desde os escalões de formação e defende que as expectativas dos pais não podem ser gatilhos de pressão para os atletas. No seu caso, garante, nunca foram.

Tem do desporto uma visão simplista que não lhe atrapalha o foco e a determinação com que encara cada treino ou prova. Descrito pelo seu treinador como “um monstro da competição”, não lhe falta confiança para encarar os adversários sem medo de ser menos forte que algum num dos três segmentos do triatlo. Embora quando se estreou na modalidade, aos 12 anos, fosse “muito mau” na corrida e ciclismo, há muito que deu provas de que é bom naquilo que faz. Melhor exemplo disso é o facto de, aos 23 anos, ter voltado da sua estreia nos Jogos Olímpicos (JO) de Paris com dois diplomas olímpicos, ao alcançar um sexto lugar no triatlo individual e um quinto na prova de estafeta mista.
O triatleta, que vive do que o desporto lhe dá, considera que devia haver mais apoios, sobretudo para os atletas em formação. Não se assusta com a carreira curta associada à profissão que escolheu e quando a terminar espera conseguir tirar a licenciatura em Ciências do Desporto, na qual está inscrito mas que não frequenta. “É impossível conciliar treinos de três modalidades com os estudos”, justifica sem hesitações.
É em Torres Novas, concelho de onde é natural e ao qual gosta de regressar sempre que há tempo para uma pausa nos treinos e competições, que Ricardo Batista, acompanhado do treinador Paulo Antunes, recebe O MIRANTE. Uma conversa onde fala da importância do modo de estar da sua família no seu percurso como atleta profissional, das suas ambições e de como lida com os resultados menos bons que se reflectem no salário ao final do mês. Mas isso, diz, não é o mais importante. Até porque com um resultado menos bom vem mais motivação. “Sei que tenho de trabalhar mais para fazer melhor”, vinca o triatleta que antes de entrar na última volta em Paris estava a três segundos da medalha e acabou a 13.

Qual é a sensação de te veres num outdoor em Torres Novas? É sempre positivo ter estas homenagens espalhadas pela cidade onde cresci e entrei na modalidade. Já não treino em Torres Novas mas gosto de cá vir e é sem dúvida muito especial passar pela cidade e ver vários placards com a minha cara. É uma forma que o município tem de agradecer por toda a visibilidade que eu, a Maria Tomé e o Paulo, atletas e treinador do Clube de Natação de Torres Novas, temos dado.
O que vem depois de se conquistar o sonho de participar nos Jogos Olímpicos? As ambições acabam por ser as mesmas de antes dos JO. Tirei o meu tempo de descanso no fim dos Jogos porque toda a preparação, treino e pressão com que temos de lidar é muito dura. Temos os olhos de um país em nós durante aquelas duas semanas. Agora penso que temos novos JO [em Los Angeles] daqui a quatro anos e quero lá voltar, mais forte do que em Paris.

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