Atleta do Cartaxo, Patrícia Silva, honra legado familiar com medalha de bronze

Patrícia Silva deu os primeiros passos no atletismo no Cartaxo e conquistou agora a medalha de bronze nos Mundiais “indoor” na China. É filha de Rui e Susana Silva, dois antigos campeões de atletismo que continuam com uma forte ligação ao Ribatejo. Na primeira entrevista a O MIRANTE, em 2015, Patrícia Silva já se revelava uma esperança do atletismo com a camisola da Escola de Atletismo do Cartaxo.
Patrícia Silva sempre correu com o peso da vitoriosa tradição familiar e agora coloriu de bronze o seu percurso, aos 25 anos, com o terceiro lugar nos 800 metros dos Mundiais ‘indoor’ em Nanjing, na China. Filha de Rui e Susana Silva, dois antigos campeões de atletismo que continuam a ter uma forte ligação ao Cartaxo e ao Ribatejo, Patrícia Silva deu os primeiros passos na Escola de Atletismo do Cartaxo e já nessa altura se revelava uma grande promessa. Agora, duas semanas depois de ter sido sétima nos 1.500m nos Europeus em pista curta Apeldoorn2025, a atleta do Sporting Clube de Portugal investiu nos 800m nos Mundiais e lucrou. E foi na distância mais curta que se afirmou ao arrebatar a medalha na recta final, superando a polaca Anna Wielgosz e a suíça Audrey Werro para subir ao seu primeiro pódio internacional, baixando ainda dos dois minutos o novo recorde nacional ‘indoor’ (1.59,80).
Nos 1.500m, o apelido Silva é sinónimo de um título mundial conquistado em Lisboa2001 e três continentais em Valência1998, Viena2002 e Turim2009. “É com orgulho que vejo que ela [Patrícia] conseguiu passar por todas as fases e chegar aqui. Já esteve nuns campeonatos do mundo, mas penso que agora está a chegar a um nível que lhe permite almejar um resultado, que era estar presente numa final, penso que estará ao alcance dela”, vincou Rui Silva, bronze nos Jogos Olímpicos Atenas2004 e nos Mundiais Helsínquia2005. Não fosse já peso suficiente, Patrícia é também neta de Carlos Cabral, quinto nos Europeus Estugarda1980 e sexto em Milão1982, da parte da sua mãe e treinadora, Susana Silva. “É mais um bom exemplo que tenho na família”, reconheceu Patrícia Silva, que tem um abraço à sua mãe imortalizado numa tatuagem, ilustrando o momento entre ambas após ter batido, em Junho de 2023, o recorde pessoal dos 800 metros ao ar livre, fixando-o então em 02.00,07.
“Não é por ser filha do Rui Silva que consigo as minhas vitórias. É pelo esforço do meu trabalho diário e ao longo da época desportiva”, disse, em 2015, na primeira entrevista ao nosso jornal. A atleta natural de Vila Chã de Ourique está agora no clube do coração e na senda do pai e do avô, mas sempre quis definir-se nos seus próprios termos em vez de ser apenas a nova estafeta a carregar a tocha dourada da família. Por concretizar está agora, depois da desilusão com a ausência de Paris2024, por centésimos, o sonho da medalha olímpica, a caminho de Los Angeles2028, mais de uma década depois da estreia internacional, no Festival Olímpico da Juventude Europeia (FOJE) de 2016.