Desporto | 15-04-2025 21:00

Desporto com mais impacto na economia local no concelho de Rio Maior

Desporto com mais impacto na economia local no concelho de Rio Maior
Filipe Santana Dias, presidente da Câmara de Rio Maior, destaca a importância do desporto na economia local

O turismo desportivo está a crescer exponencialmente, mas não existe uma estratégia que combine desporto e turismo. O impacto económico de 667 mil euros em Rio Maior, só em espectadores dos jogos do Casa Pia, foi o rastilho para um debate sobre o impacto dos eventos desportivos.

O acolhimento dos jogos da 1ª Liga de futebol do Casa Pia no Estádio Municipal de Rio Maior e o impacto económico directo de 667 mil euros só em espectadores levou o tema do impacto económico de eventos desportivos a debate na Escola Superior de Desporto de Rio Maior. Segundo o presidente da câmara, Filipe Santana Dias (PSD), o que não é mensurável não é gerível e o desporto é o que neste momento diferencia Rio Maior dos outros concelhos.
“Uma das responsáveis por esta aposta no desporto chama-se Susana Feitor”, começou por dizer Filipe Santana Dias, acrescentando que o concelho já merece que haja investimento privado a acompanhar o investimento público para que se possam fixar empresas que garantam investigação e desenvolvimento, aproveitando o conhecimento da academia, a infraestrutura pública desportiva, para desenvolver os seus produtos e criar indústria e emprego especializado. “Este é o sonho”, enfatizou. O presidente da câmara revelou os últimos dados da empresa pública municipal Desmor, que ultrapassou as 26 mil dormidas no centro de alto rendimento e gera mais de 2 milhões de euros ao ano.
José Santos, presidente do Turismo do Alentejo e Ribatejo, referiu na sua intervenção que o turismo desportivo é um segmento de procura turística que está a crescer exponencialmente e será, talvez, dos que mais cresce. A título de exemplo, disse, o portal Ribatejo e Alentejo Outdoor, com mais de 130 percursos pedestres, tem mais procura do que os portais de destino. O Turismo do Alentejo e Ribatejo está a procurar identificar as iniciativas que podem gerar um valor económico e turístico mais sustentável e mais interessante para o território e escolher os eventos que para a estratégia de desenvolvimento turístico podem combater a sazonalidade e aumentar os fluxos turísticos, especialmente nas regiões de baixa densidade, revelou. Acrescentou que devia haver uma maior aproximação entre a administração pública e a academia para dar mais credibilidade às candidaturas, que por vezes vêm rejeitadas por falta de sustentação, e que neste momento não existe uma estratégia que combine desporto e turismo.
António Torres, secretário executivo da Comunidade Intermunicipal da Lezíria do Tejo (CIMLT), lançou o repto para ser avaliado o impacto económico de outros eventos como o Santarém Cup, considerado um dos maiores torneios de futebol jovem do país organizado pela Académica de Santarém, o Santeirim, torneio internacional de futebol veterano em Almeirim e Santarém, a Volta a Portugal em Bicicleta, que partiu de Santarém, e o impacto sócio-económico do programa Mais Lezíria, que promove a prática desportiva nos 11 municípios da CIMLT. Revelou ainda que a 10 de Abril será assinado entre as Comunidade Intermunicipais do Oeste, do Médio Tejo e da Lezíria o documento referente à intervenção territorial integrada, sendo que no caso da Lezíria há cerca de 4,5 milhões para construção de ecovias.

Impacto do Casa Pia em Rio Maior
Conforme já noticiámos, o impacto económico directo dos espectadores de 17 jogos do Casa Pia referentes à época 2023/2024 em Rio Maior foi de 667 mil euros com 95% de confiança, segundo o estudo. O gasto médio por pessoa foi de 22,45 euros, entrando na economia local de Agosto de 2023 a Abril de 2024 cerca de 39 mil euros por mês. Foram tidos em conta os gastos com alojamento, refeições e bebidas, compras (produtos locais, lembranças, entretenimento, cachecol, etc.), transportes locais e parqueamento, combustível, entre outros. A amostra foi de 1097 espectadores entre o universo de 45.173, sendo que 73,2% não era associado de qualquer clube. Os concelhos de residência que predominaram foram Rio Maior (47,7%) e Lisboa (8,8%). 72,7% dos inquiridos eram homens e a faixa etária predominante dos 20 aos 29.
Com o objectivo de aumentar o nível do impacto económico global e por visitante nos eventos acolhidos em Rio Maior, o estudo coordenado pelo professor Alfredo Silva refere as seguintes recomendações: incluir a oferta local de vários níveis de ofertas de serviços/produtos em conjuntos compostos por várias opções de serviço de bar, restaurantes, alojamento, transportes, entretenimentos, atracções adicionais e eventos culturais locais e reforçar a dimensão da comunicação e alavancagem dos eventos, mediante a elaboração e execução de um plano de comunicação com acções orientadas para os media e para os espectadores com o objectivo de aumentar a notoriedade da cidade e reforçar os traços da imagem da cidade em associação com o desporto.

Vinte anos da licenciatura em Gestão das Organizações Desportivas

A licenciatura em Gestão das Organizações Desportivas, da Escola Superior de Desporto de Rio Maior, assinalou 20 anos. Passou de uma turma no ano lectivo 2004/2005 para três turmas e mais de cem alunos hoje. A média de entrada dos candidatos tem subido, assim como o número de alunos que escolhem o curso em primeira opção, fixando-se nos 14,2 valores. O curso conta com diversas parcerias e o melhor diplomado vai passar um dia com um gestor desportivo de referência. O curso fornece ainda a possibilidade de se inscreverem na Ordem dos Contabilistas Certificados. 92% dos alunos estão empregados após um ano, 8% dos alunos realiza Erasmus e mais de 70% dos docentes tem o grau de doutoramento. O diplomado do curso, Luís Pereira, afirmou ser importante que, tal como acontece com os treinadores nos clubes, também os gestores do desporto deviam ser obrigados a apresentar o certificado.

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