Desporto | 03-06-2025 10:00

Pedrógão Voleibol nasceu para dinamizar a modalidade e já compete com os grandes

Pedrógão Voleibol nasceu para dinamizar a modalidade e já compete com os grandes
TEXTO COMPLETO DA EDIÇÃO SEMANAL
Pedrógão Voleibol conta com 65 atletas nos vários escalões de formação, entre as quais as atletas iniciadas

Fundado há menos de dois anos, o Pedrógão Voleibol tem dado cartas com as equipas de iniciadas e juniores a qualificarem-se para a Divisão Nacional B na segunda época em competição. O MIRANTE acompanhou um treino na semana que antecedeu o embate da equipa de iniciadas em Alvalade frente ao Sporting CP, onde se sentiu a paixão e dedicação das jogadoras.

Foi com o intuito de dinamizar a modalidade no distrito de Santarém que o Pedrógão Voleibol nasceu a 17 de Setembro de 2023 no seio da Comissão de Festas, Desporto e Lazer do Pedrógão e numa iniciativa que juntou pais e mães de jogadoras que treinavam na extinta equipa da Casa do Benfica do Entroncamento. A vontade de competirem era muita e, com o esforço dos pais e o apoio da Câmara de Torres Novas, que possibilita que as várias equipas treinem num pavilhão escolar e no Palácio dos Desportos, o projecto foi avante, contando actualmente com 65 atletas nos vários escalões de formação.
Desde então, o impacto da secção tem-se feito notar em Torres Novas e não tem passado despercebido a possíveis patrocinadores com a entrada de propostas para a próxima época desportiva. Um dos pontos altos aconteceu a 27 de Março quando a equipa de iniciadas recebeu o Sporting Clube de Portugal (SCP) para a Divisão Nacional B no Palácio dos Desportos, que se transformou numa fortaleza de apoio à equipa da casa que apanhou as adversárias desprevenidas. O resultado foi o mais surpreendente: 3-1 para o Pedrógão Voleibol. No final de 2024, a equipa de iniciadas já tinha conquistado o primeiro lugar no torneio GalaVolley, um dos mais importantes de formação da modalidade, com nove vitórias em nove jogos.
José Monteiro, ex-jogador profissional de voleibol, é o timoneiro da equipa de iniciadas. Natural de Espinho vive em Torres Novas há mais de 10 anos e aceitou o desafio de se juntar ao projecto por querer contribuir para o desenvolvimento da modalidade numa região onde diz não haver essa tradição. Nesta fase inicial confessa que a captação é complicada e mesmo a introdução das matrizes do voleibol às jogadoras demora tempo. Apesar das contrariedades, realça a disponibilidade das jogadoras para aprender e a união entre todas, factores determinantes para poderem alcançar a subida à Divisão Nacional A.

Amizade traduzida em vitórias
Leonor Lopes tem 17 anos e é a capitã da equipa de juniores. Antes do voleibol praticava natação sincronizada, mas o pai, ex-jogador de voleibol, incentivou-a a experimentar a modalidade e há quatro anos que o voleibol é a sua paixão. “Apaixonei-me pelo voleibol e neste momento é o que mais gosto de fazer”, admite a O MIRANTE. Para a jogadora, a capacidade de estar concentrada durante todos os momentos do jogo, conseguir ultrapassar um erro que cometeu e focar para disputar o próximo ponto são os maiores desafios da modalidade. Leonor Lopes confessa que jogar na fase nacional tem sido muito exigente, já que competem com equipas muito fortes e com muitos anos de treinos. Ainda assim, já receberam elogios de treinadores adversários pela sua qualidade de jogo, estando a maioria das jogadoras no início do seu percurso.
Leonor Gomes começou a jogar na extinta equipa do Entroncamento e foi uma das impulsionadoras do Pedrógão Voleibol. Convenceu o pai a tomar o primeiro passo para criar o clube e convidou todas as raparigas que conhecia para se juntarem ao projecto. Para a atleta, o voleibol é emoção em cada jogada e o mais importante para vencer é conseguir manter o equilíbrio psicológico, que acredita ter mais preponderância no desenrolar dos jogos do que a capacidade técnica ou tática de cada equipa. Por isso é que, como capitã das iniciadas, é a primeira a incentivar as colegas de equipa depois de cada ponto que se perde ou ganha. Não há mesmo um serviço para a sua equipa em que a capitã não aplauda e cante pela jogadora que se prepara para servir a bola. A sua boa disposição e tranquilidade parecem contagiar as restantes jogadoras que no treino a que O MIRANTE assistiu se bateram com a equipa do escalão superior, jogando sempre com confiança. A época que se está a fazer supera todas as expectativas, garante Leonor Gomes, afirmando que ninguém se deslumbra com vitórias inesperadas, continuando a trabalhar para vencer o jogo seguinte. E não tem dúvidas de que o segredo para o sucesso está na exigência do mister José Monteiro e na amizade dentro e fora de campo entre as jogadoras.

Derrotas não beliscam época brilhante

A equipa de iniciadas do Pedrógão Voleibol falhou a qualificação para a Divisão Nacional A, depois de duas derrotas, contra Sporting Clube de Portugal e Colégio Pedro Arrupe. A 17 de Maio, a equipa ribatejana perdeu, por 3-1, com o Sporting CP em Alvalade, num jogo disputado nos primeiros três sets e que as leoas resolveram no quarto. Na última jornada a promoção ainda era possível e as jogadoras do Pedrógão bateram-se até ao fim pela vitória. O jogo acabou por cair para o Colégio Pedro Arrupe, que venceu por 3-2 um jogo que foi até à negra, com vitória por diferenças no último set. Mas as derrotas que deixaram a equipa de iniciadas fora do play-off de subida não beliscam em nada a surpreendente época, sublinha a O MIRANTE Marco Gomes, um dos fundadores e responsável pela secção, que apelida as jogadoras de “guerreiras” pela forma como competiram até ao fim.

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