João Heitor quer recuperar tradição de natação e triatlo no concelho do Cartaxo

Piscinas do Cartaxo vão ter requalificação de três milhões de euros. Presidente da câmara fala em obras exigentes e vontade em recuperar tradição competitiva no concelho.
As piscinas municipais do Cartaxo, encerradas desde 2022, vão ser requalificadas num investimento estimado de três milhões de euros, com arranque das obras previsto até ao final de 2025. Apesar do investimento criar condições para acolher provas oficiais de Natação, o presidente da câmara sublinha que a principal prioridade é promover o acesso da população à prática desportiva. “Nós queremos recuperar a tradição competitiva da natação e triatlo no concelho. Mas para nós, o mais importante não é construir campeões, mas garantir a proximidade de uma prática desportiva saudável e segura no concelho”, afirmou João Heitor, presidente do município. Ainda assim, reconhece que o investimento “justifica também a ambição” de receber eventos desportivos, que “atraiam pessoas ao território, gerem economia e tragam mais-valias à comunidade local”, disse à Lusa.
O projecto prevê a reabilitação integral da infraestrutura, com o tanque principal a passar a ter as medidas oficiais para acolher provas da Federação Portuguesa de Natação, assim como a reorganização dos acessos, novos balneários e espaços de apoio ao público e aos utentes. “Vamos transformar o espaço para garantir uma prática desportiva segura e saudável”, afirmou o presidente do município, sublinhando que a intervenção visa também melhorar a eficiência energética, através da instalação de painéis solares, e adaptar o edifício às normas de resistência sísmica. O autarca salientou que esta é uma obra “muito exigente”, cuja decisão de avançar “foi tomada há muito tempo”, mas que se foi atrasando devido ao agravamento das condições estruturais e à necessidade de refazer o projecto “quase de raiz”.
Entre os principais problemas estruturais identificados estão a degradação total do sistema mecânico, fissuras e danos no tanque que obrigaram a uma reconfiguração completa do espaço, e a necessidade de reforçar a estrutura do telhado, após testes de resistência sísmica. “Nós iniciámos o processo de reabilitação, só que à medida que íamos avançando íamos sempre detectando mais problemas e tivemos de fazer o projecto de raiz, para adaptar o espaço às novas regras. Tem sido um processo muito exigente, um dos mais exigentes que nós já tivemos, porque têm sido bastantes os obstáculos que vão surgindo”, afirmou.
O concurso público para a empreitada está a decorrer, com a câmara a estimar que os trabalhos possam estar concluídos no final de 2026. O financiamento previsto é de 1,2 milhões de euros, canalizados através do Programa Portugal 2030, no âmbito do eixo da eficiência energética.