Desporto | 14-10-2025 07:00

Jovens talentos de hip-hop de VFX preparam-se para competir em Praga

Jovens talentos de hip-hop de VFX preparam-se para competir em Praga
Dançarinos da Dance Life Academy de Vila Franca de Xira acreditam num bom resultado - foto O MIRANTE

Cerca de 40 jovens da Dance Life Academy, de Vila Franca de Xira, vão representar Portugal no Campeonato do Mundo de Hip-Hop, em Praga, de 23 a 25 de Outubro. Dançarinos estão a treinar por um lugar no pódio.

Os alunos da escola de dança de Vila Franca de Xira, Dance Life Academy (DLA), vão participar no Campeonato do Mundo de Hip Hop (Hip Hop Unite) em Praga, na Republica Checa, de 23 a 25 de Outubro. Vão participar cerca de 40 dançarinos, dos 10 aos 18 anos, acompanhados por cerca de 30 pais. A aventura custa a cada aluno entre 600 a 700 euros entre viagem, estadia e alimentação, suportados pelos pais e por valores que vão sendo angariados em eventos ao longo do ano.
Os jovens já participaram em várias competições a nível nacional, mas para alguns esta é a primeira vez que dançam fora do país. É o caso de Gonçalo Gueifão, 12 anos, que começou a dançar hip-hop há quase três anos desafiado pela amiga e dançarina Suri Lança, 11 anos. Sentados lado a lado os dois dizem sentir-se preparados para o desafio, mas sobretudo para se divertirem. “Vamos lutar pelo pódio”, diz Henrique Aires, 16 anos, dançarino há nove. Rita Elias, treinadora adjunta da equipa da DLA Growth também refere estar expectante em relação aos resultados.
Os 24 alunos que vão competir pela DLA minigeneration, entre os 10 e os 13 anos, são treinados por Sofia Carvalho que escolheu a música e a coreografia para o Campeonato do Mundo. A expectativa dos treinadores é que as equipas, designadas no hip-hop por “crews”, fiquem entre o top 3 e 5 da competição mundial.

Hip-hop conquistou espaço na cultura
João Condesso, 42 anos, começou a dançar hip-hop há 25 anos, quando em Portugal quase não havia quem o fizesse. Licenciado em desporto, foi coordenador das piscinas municipais de Vila Franca de Xira e professor de fitness. Há duas décadas abriu a sua primeira academia de dança em Arruda dos Vinhos e, mais tarde, em Vila Franca de Xira, de onde nasceu a DLA. A academia organiza competições, já representou Portugal nos Estados Unidos e foi responsável por organizar em Portugal o Hip Hop Unite, um dos maiores campeonatos mundiais da modalidade.
João Condesso sublinha a O MIRANTE que o hip-hop deixou de ser marginalizado, muito graças à televisão e ao trabalho desenvolvido por professores e bailarinos que ajudaram a difundir a cultura. “Eu e muita gente em Portugal vive da dança e do hip-hop. E vive-se bem. Tenho alunos mais velhos que têm muito trabalho como bailarinos na televisão e dançam para artistas, desde que sejam bons”, refere.
Para o responsável da DLA todos podem dançar hip-hop desde que encontrem a turma certa e trabalhem com dedicação. A dança é exigente ao nível da coordenação motora e é preciso ter noção de ritmo, o que pode levar entre três a cinco anos a conseguir fazê-lo. A DLA tem cinco turmas de formação em Vila Franca de Xira e mais quatro em Arruda dos Vinhos, todas diferenciadas por idades. Este ano João Condesso começou a dar hip-hop a partir dos quatro anos, a pedido dos pais, e até aulas aos próprios pais que se divertem. Para além das duas academias físicas, a DLA formou professores que se lançaram por conta própria ou dão aulas noutros locais.

Dançarinos da DLA são competitivos
Valentino Karpyouk, 21 anos, começou a dançar com apenas oito anos, depois de ver vídeos na Internet e pedir à mãe que o inscrevesse numa academia. A mãe inscreveu-o na DLA e desde então nunca mais parou. Tem alcançado cada vez melhores resultados, incluindo qualificações para competições mundiais. “Para mim dançar teve altos e baixos, mas percebi sempre que nada mais me chamava a atenção que a dança. Alivia-me e é o meu escape”, confessa. Actualmente frequenta a universidade e vê a dança a caminhar lado a lado com os estudos.
Professor exigente e com alunos competitivos, João Condesso relata que o hip-hop tem passado de pais para filhos e hoje tem alunos que diz dançarem melhor do que ele. A nível europeu os portugueses são muito bons a dançar hip-hop e não ficam atrás de outros países, explica, acrescentando que é difícil estar ao nível dos coreanos, japoneses, chineses, Nova Zelândia e Filipinas. Sobre se a roupa é importante para dançar defende vestuário relacionado com o tema e a música da coreografia. No caso da DLA a identidade passa pelo uso de chapéus, por exemplo.
Sobre o hip-hop, a parte cantada, não se identifica com as letras com asneiras, até porque na DLA as músicas escolhidas são mais comerciais e que passam nas rádios, sem esse tipo de conteúdos, explica. Próxima paragem da DLA: Praga. Na mala vai a ambição de competir com os melhores e mostrar que o hip-hop português merece um lugar no pódio mundial.

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