Novo ciclo no Alhandra Sporting Club com mudança de presidente ao fim de 16 anos
Histórico Rui Macieira sai ao fim de 16 anos na liderança do Alhandra Sporting Club para dar o lugar a Jorge Leitão. Manter as contas em dia e aproximar os sócios da colectividade são alguns dos objectivos.
Cuidar das contas do clube, proporcionar melhores condições de treino e formação aos atletas, rever os estatutos e aproximar os sócios do dia a dia da colectividade são alguns dos objectivos da nova direcção do Alhandra Sporting Club (ASC) que tomou posse na noite de quinta-feira, 15 de Setembro. O novo presidente da direcção, Jorge Leitão, sucede ao histórico Rui Macieira que, nos últimos 16 anos, liderou os destinos do clube. A passagem de testemunho foi feita com aplausos e elogios ao dirigente que diz sair com a sensação de dever cumprido mas triste por não ter conseguido resolver o imbróglio com o campo da Hortinha (ver caixa).
Já Jorge Leitão diz querer modernizar o clube e fazer do ASC uma máquina de produção de talentos nas diferentes modalidades e, em particular, no triatlo, onde a equipa tem somado êxitos. Jorge Leitão vive na Póvoa de Santa Iria mas está ligado ao ASC desde 2004. Foi um dos fundadores da secção de natação e triatlo do clube. Está aposentado desde 2020 e por isso, diz, tem tempo para dedicar ao clube. O mandato é de dois anos.
“Uma das prioridades que gostávamos de resolver é a requalificação da nossa sede que está em muito mau estado. Também gostávamos de aumentar o número de praticantes das modalidades e trazer os sócios de volta ao clube. Queremos melhorar a nossa comunicação. Não sabemos se conseguimos fazer tudo mas vamos tentar”, promete o dirigente a O MIRANTE.
Já sobre o impasse com o futuro campo para a prática de futebol, o dirigente é cauteloso na gestão das expectativas. “Vamos pressionar a câmara para encontrar soluções mas está tudo nas mãos deles. Independentemente da solução, será sempre e apenas para futebol de formação”, explica. Jorge Leitão defende que utilizar o campo de futebol da Cimpor, cuja utilização pelo clube já foi protocolada com a câmara, é a melhor solução. Mas faltam as obras de adaptação do espaço.
O presidente da Câmara de Vila Franca de Xira, Fernando Paulo Ferreira, esteve presente na tomada de posse e prometeu caminhar lado a lado com o clube para encontrar soluções para o futebol. “Os órgãos sociais devem concentrar-se nas modalidades que já têm e em dar a melhor oferta possível. Vai ser preciso muita resiliência e é um caminho que faremos em conjunto”, afirmou o autarca.
Os novos corpos sociais do ASC são compostos por, na assembleia-geral: Mário Cantiga (presidente), José Sousa (primeiro secretário) e Ana Pereira (segundo secretário). No conselho fiscal entram Paulo Tomás (presidente), Anabela Carapeta (relator) e Ana Matos (vogal). A direcção é composta por Jorge Leitão (presidente), Telmo Augusto (presidente adjunto), Paulo Gonçalves (tesoureiro), Ana Rasquilho (secretária), Susana Ferreira (vice-presidente para a área administrativa), Bruno Vitorino (vice-presidente para a área do património), Óscar Soares (vice-presidente para a área da náutica) e, como vogais, tomaram posse Sílvia Tiago, António Fragoso, Alexandre Rico, João Fernandes e José Valente.
“O poder político não esteve à altura”
Na hora da saída, Rui Macieira disse não estar arrependido de nada e prometeu manter-se ligado ao clube. Está no ASC desde 1990 e foi presidente durante 16 anos. Diz que é importante que o clube não viva dividido em capelinhas entre as diferentes secções mas sim que todas se unam sob a mesma bandeira. “Fico feliz com o legado que deixo, ainda que não totalmente porque há situações que não conseguimos resolver. Demos condições ao triatlo, náutica, alargámos a prestação do futsal mas não conseguimos resolver o futebol por uma razão evidente: o poder político não esteve à altura das nossas necessidades”, diz a O MIRANTE. O dirigente lamentou que a câmara tenha protelado desde o ano 2000 uma solução para a substituição do degradado Campo da Hortinha, espaço que o dirigente disse ter de fechar por ter vergonha de ver as crianças a jogar ali.