Desporto | 01-06-2022 15:00

Retoma do futebol e futsal de formação começou lentamente mas acabou em alta

Paulo Nunes, responsável da secção de futsal do Sport Clube de Ferreira do Zêzere. Frederico Condeço, presidente da direcção do CAD de Coruche. Tânia Sá, vice-presidente do Clube Atlético Ouriense. Francisco Jerónimo, presidente da Associação de Futebol de Santarém

Dirigentes tiveram dificuldades em convencer os pais a deixar os filhos regressar à actividade desportiva. Com o retomar da normalidade houve um crescendo no número de atletas, com a Associação de Futebol de Santarém a terminar a época com mais 99 atletas inscritos do que na época 2019/2020.

A época de 2021/2022 marcou um regresso à normalidade no futebol e futsal de formação. Depois de um ano sem competições registou-se uma retoma tímida e lenta, quer pela dificuldade de fazer os atletas regressar, notando-se ainda o receio dos pais pela saúde dos filhos, quer pelas sequelas físicas e técnicas resultantes do tempo que estiveram sem praticar a modalidade. Ainda assim a temporada chegou à recta final com mais 99 inscrições que na época 2019/2020, segundo dados da Associação de Futebol de Santarém, actualizados a 23 de Maio.
O MIRANTE conversou com alguns dirigentes de clubes, com escolas de formação de futebol e futsal, para perceber quais as dificuldades sentidas no regresso aos treinos e à competição, à margem da cerimónia de entrega dos certificados de entidades formadoras, que decorreu em Santarém.
Paulo Nunes, responsável da secção de futsal do Sport Clube de Ferreira do Zêzere, assume que o regresso à actividade foi um desafio, especialmente no que tocou a convencer os pais das crianças que era seguro voltar aos treinos. Foi necessário demonstrar que o clube conseguia garantir as condições de segurança e que estava planeado um acompanhamento próximo dos atletas. O futsal do clube iniciou esta época uma aposta forte nos escalões de formação e teve um crescimento de cerca de 100 novos atletas distribuídos pelos vários escalões.
No Clube Associativo e Desportivo de Coruche, o presidente da direcção, Frederico Condeço, aponta os escalões mais novos, petizes e traquinas, como os que mais sofreram com a pandemia. Nestes escalões, com crianças entre os 6 e os 9 anos, os pais foram mais reticentes em deixar as crianças voltar ao clube, com receio da pandemia, vincando mesmo que há dois atletas que passaram a jogar no escalão acima, por não haver atletas suficientes para formar equipa de traquinas. Nos escalões mais velhos, iniciados, juvenis, e juniores, o presidente diz ter havido até algum crescimento no número de atletas.
Já no Clube Atlético Ouriense, apesar de se ter sentido também o arranque lento, Tânia Sá sublinhou as dificuldades na recuperação dos índices físicos dos atletas e culpa o sedentarismo dos jovens durante o período de pandemia. Revela que os jovens retomaram a actividade com peso a mais e resistência a menos e que durante os primeiros meses os trabalhos passaram mais pela retoma da condição física do que pela componente técnica ou táctica.
O presidente da Associação de Futebol de Santarém, Francisco Jerónimo, partilha da opinião e das preocupações dos dirigentes e garante que as consequências desta paragem, a longo prazo, vão ser alvo de estudo. A nível da qualidade e da aquisição de competências, realça o facto de vários jovens subirem um escalão e, por isso, saltarem etapas fundamentais que serão difíceis de colmatar.

Seniores com mais inscrições
Ainda que tenha havido um regresso lento à actividade futebolística, os dados mais recentes, actualizados a 23 de Maio, mostram que a época chega ao fim com mais 99 atletas inscritos que na mesma altura de 2019/2020, a última época antes da pandemia da Covid-19. A AFS conta com 8.137 atletas inscritos, dos quais 6.681 pertencem aos escalões de formação. São os seniores que dão o maior contributo para o aumento das inscrições, com 1.456 inscrições, face às 1.268 na época 2019/2020. Contrariamente à tendência registada nos escalões de formação os seniores mantiveram-se em crescendo, mesmo em período de pandemia, com 1.277 inscrições na época de 2020/2021, mais 11 que na anterior.

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