Desporto | 17-04-2022 15:00

Vilafranquense sufocado em dívidas e impedido de receber subsídios da câmara

Pavilhão é o principal activo do clube e a sua venda permitiria saldar dívidas às Finanças e Segurança Social

Dívida de 950 mil euros ao fisco e Segurança Social impede câmara de apoiar financeiramente o clube. Presidente do município diz que em breve os sócios terão de tomar decisões difíceis se querem que o UDV se mantenha de portas abertas. Venda do pavilhão ao município é uma hipótese.

Se a Câmara de Vila Franca de Xira quer ajudar o União Desportiva Vilafranquense (UDV) a resolver o seu problema financeiro, pode começar por apresentar propostas concretas ao clube, incluindo a eventual compra do Pavilhão José Mário Cerejo. A O MIRANTE, fonte da comissão administrativa que gere o clube diz que os dirigentes estão disponíveis para acolher todas as propostas que lhes sejam apresentadas para depois poderem ser discutidas pelos associados, o que até agora ainda não aconteceu por parte da câmara.
A venda do pavilhão, que é o principal activo do UDV, pode ser a última salvação para os problemas financeiros do clube, que se encontra numa situação complicada com uma dívida de 950 mil euros à Autoridade Tributária e à Segurança Social num processo que se arrasta há década e meia. Desse montante mais de 400 mil euros são juros de mora.
O pavilhão, inaugurado há 34 anos, está avaliado em cerca de 1,4 milhões de euros e fica paredes meias com o Jardim Municipal Constantino Palha, no centro da cidade, ocupando uma área total de 3.409 metros quadrados, dos quais 2.569 metros quadrados são de área edificada. “A situação é complexa e é inevitável mais tarde ou mais cedo os sócios terem de tomar uma decisão sobre essa dívida e o futuro a dar ao clube”, considerou Fernando Paulo Ferreira. Em cima da mesa estão alguns cenários como a extinção do UDV e criação de um novo clube ou a venda do pavilhão ao município que permita ao clube pagar as dívidas. Até ao Verão os sócios vão discutir e analisar em assembleia-geral que rumo querem dar ao clube.
“Todas as questões estão em cima da mesa e terá de haver uma resolução desapaixonada deste assunto. Vai haver um momento em que os sócios terão uma decisão grande e importante a tomar”, lembra Fernando Paulo Ferreira.
O autarca diz que, juridicamente, a câmara está disponível para ajudar o clube. Mas os apoios acabam aí já que, na actual situação, o UDV não pode beneficiar dos apoios financeiros do Programa de Apoio ao Movimento Associativo (PAMA). A dívida foi gerada há quase década e meia por dirigentes que já não estão no UDV quando uma inspecção das finanças detectou quotas, donativos e outras verbas que entraram nas contas do clube mas foram omitidas das declarações de IVA.
“A situação é delicada. O UDV está numa situação financeira débil e a capacidade de suporte do Instituto Português do Desporto e Juventude e da câmara é reduzida porque qualquer fundo dado ao clube é logo absorvido pelos credores. Vender o pavilhão permite resolver a dívida e faz sentido para salvar o clube”, considerou David Pato Ferreira, vereador da coligação PSD/PPM/MPT.

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